Euro2012: Paulo Bento «assinaria» hipótese de apuramento na Dinamarca

Em entrevista à RTP1, Paulo Bento evitou comentar “os problemas que têm de ficar para trás” do tempo do seu antecessor, Carlos Queiroz, elogiou Cristiano Ronaldo, de quem não se pode esperar que “resolva todos os problemas da seleção”, e ainda a “primeira escolha” para o seu lugar, “o melhor do Mundo”, José Mourinho, cuja carta enviada ao grupo de trabalho “ajudou à motivação e caiu bem”.

“Arrisco prometer que lutaremos por esse objetivo (apuramento). Estávamos numa situação em que não respirávamos por nós próprios. Agora já respiramos por nós, relativamente à hipótese de qualificação através do ‘play-off’”. Assinaria um papel para decidir o apuramento na Dinamarca, tal como todos os jogadores”, disse.

Numa fase de qualificação que só apura diretamente o primeiro classificado dos agrupamentos, a ‘equipa das quinas’ ocupa o segundo posto do Grupo H, a dois pontos da Noruega e com um de vantagem sobre a Dinamarca, embora estas duas equipas tenham uma partida ainda por disputar.

Com Queiroz, Portugal empatou 4-4 na receção ao Chipre, perdeu por 1-0 na visita à Noruega. Com Bento, ganhou em casa frente à Dinamarca e fora diante da Islândia, por 3-1 em ambas as partidas.

“Não quero entrar nesse tipo de comparações, não seria justo. Cada líder tem as suas opções. Temos de deixar para trás alguns problemas que existiram. Não divido os treinadores entre os que foram jogadores e os que vieram da faculdade. No futebol, há espaço para todos, acima de tudo para a competência”, afirmou o ex-internacional português.

Sobre o seu conceito de seleção nacional, Bento esclareceu que “as portas estão abertas a muitos mais do que os 23 que foram convocados”, mas admitiu que se estabeleça “uma espinha dorsal” com vários atletas com base nos seus princípios de escolha: “qualidade, rendimento, assiduidade e necessidade”.

“O objetivo em todos os jogos é ganhar e sentir orgulho em representar o país e defender o seu prestígio”, esclareceu, referindo-se ao encontro de preparação agendado para novembro, no Estádio da Luz, com a Espanha, campeã do Mundo e da Europa, no qual pretende ver “coisas a melhorar”, nomeadamente evitar que se repitam os dois golos sofridos de bola parada nas duas últimas partidas.

Relativamente a Cristiano Ronaldo, avançado do Real Madrid, Bento destacou a sua “capacidade de trabalho e elevado grau de profissionalismo”, defendendo a necessidade de proteger “um dos melhores do Mundo”, porque “desde que foi lançado, foi-se exigindo que resolvesse todos os problemas da seleção”, lembrando que, na fase descendente da sua carreira como atleta, conviveu com o madeirense no Sporting.

Paulo Bento voltou a conceder todo o mérito nos recentes bons resultados aos jogadores, que “recolocaram a seleção no caminho do apuramento”, congratulando-se novamente pelo facto de, “com seis anos de carreira”, ter sido a segunda escolha a seguir ao “melhor treinador do Mundo”, Mourinho.

Relativamente ao Sporting, onde iniciou o percurso como treinador, Bento revelou sentir “orgulho enorme” em ter representado o clube, sem guardar mágoa pela saída, algo de “normal no futebol”.

“O selecionador nacional tem de ter relação de proximidade com os clubes de forma a obter o máximo de informação sobre os jogadores. Tenho uma relação normal, de respeito, com os presidentes. A seleção habituou-nos a marcar presença nas grandes competições e a fazer boa figura em muitas delas. É isso que me compete e necessitamos da colaboração dos clubes”, concluiu, referindo-se também ao seu ex-dirigente nos ‘leões’, José Eduardo Bettencourt.