O secretário de Estado do Desporto espanhol, Jaime Lissavetsky, manifestou-se hoje esperançado em que as polémicas em torno de alegados subornos não afetem o êxito da Candidatura Ibérica ao Mundial de futebol de 2018.
“Rejeito que (qualquer das questões) tenha algo que ver com a nossa candidatura. A investigação ainda está a decorrer, mas a informação que tenho é de que não haverá nenhuma interferência na votação”, disse hoje em Madrid.
Lissavetsky falava num almoço durante o qual enalteceu a qualidade da Candidatura Ibérica, que considerou um projeto de grande relevância para a projeção internacional dos dois países.
“É uma aventura arriscada, mas que merece a pena. Espanha e Portugal estão praticamente preparados para o Mundial e tudo estaria pronto em menos de um ano”, disse, referindo que, no caso de Espanha, se gastaram cerca de 200 milhões de euros em obras de melhorias de estádios nos últimos cinco anos.
Lissavetsky, que foi nomeado para o cargo pouco antes do Euro2004, considerou esse evento “um exemplo a seguir”, que ficou marcado “por um ambiente extraordinário e um grande êxito organizativo”.
O responsável máximo do Desporto em Espanha acrescentou que, apesar de a Candidatura Ibérica ter rivais importantes e de ter até superado alguns obstáculos como os contornos legais de ser uma candidatura conjunta, “tem pontos de partida muito fortes”.
Lissavetsky insiste que “a candidatura foi feita com o coração, a razão e a experiência” e que conta com o apoio e o envolvimento dos dois governos.
O responsável recordou que Portugal e Espanha apresentaram um conjunto de garantias, desde a disponibilidade hoteleira à segurança, passando pelos baixos índices de criminalidade e as “excelentes” infraestruturas de transportes e comunicações.
“É uma candidatura que deixa também um importante legado para o futuro. O Desporto é hoje reconhecido como sendo um fator de coesão, de grande relevância económica. No caso de Espanha, representa 2,67 por cento do PIB”, afirmou.
O governante garantiu que “a decisão cabe agora à FIFA”, mas que a candidatura ibérica quer “ganhar de forma limpa e usando todas as armas democráticas”.
De acordo com a imprensa britânica, a candidatura ibérica estaria a ser investigada por alegada compra de votos.
Portugal e Espanha candidatam-se à organização do Mundial2018, juntamente com a Inglaterra, a Rússia e a candidatura conjunta de Bélgica e Holanda.