O documentário emitido esta noite pela BBC sobre a “sujidade” que reina na FIFA revelou que o vice-presidente do organismo Jack Warner se dedicou no Mundial de futebol da África do Sul a embolsar dinheiro através da revenda de bilhetes.
“Warner é um dos membros intocáveis da FIFA”, afirmou o jornalista Andrew Jennings, protagonista das investigações levadas a efeito pela cadeia de televisão britânica e hoje divulgadas no seu programa “Panorama”.
O documentário divulgou detalhes descobertos graças ao acesso do jornalista a um documento confidencial da empresa de marketing desportivo, ISL, que inclui uma lista de 175 pagamentos feitos a três atuais membros da Comissão Executiva da FIFA que terão direito a voto na próxima quinta-feira, dia 02 de dezembro, quando for eleito o país ou países organizadores dos Mundiais 2018 e 2022.
A ISL, que geria a venda dos direitos de transmissão de várias competições da FIFA, foi à falência em 2001.
Entretanto, dois jornais europeus já tinham revelado hoje ter em sua posse um documento a demonstrar que três membros da Comissão Executiva da FIFA tinham recebido pagamentos secretos da ISL.
O jornal suíço Tages-Anzeiger e o germânico Sueddeutsche Zeitung identificaramm os três dirigentes em causa, Ricardo Teixeira, do Brasil, Nicolas Leoz, do Paraguai, e Issa Hayatou, dos Camarões.
A reportagem indicava que os três dirigentes receberam luvas da ISL desde 1988/89, agência que faliu em 2001, e revelava que o documento a que tiveram acesso é o mesmo que a BBC exibiu no documentário que foi para o ar esta noite.
A Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) já reagiu a estas acusações contra três membros da Comissão Executiva da FIFA, considerando que as mesmas “não têm qualquer fundamento”.
“Cada vez que querem criar polémica renovam este tipo de acusações, mas não têm qualquer sustentação”, disse o porta-voz da CONMEBOL, Nestor Benítez, que rejeita veementemente tais acusações, lembrando que em relação a Nicolas Leoz a FIFA já desmentira uma insinuação anterior que sobre ele recaía, concluindo que “nada existia”.
Na sua reunião executiva de 25 de novembro último, realizada em Assunção, o CONMEBOL assumiu publicamente o seu apoio à candidatura ibérica protagonizada por Espanha e Portugal, que disputa a organização do Mundial 2018 com as da Bélgica/Holanda, Rússia e Inglaterra.
Na Comissão Executiva da FIFA, o CONMEBOL soma três votos, os de Nicolas Leoz, do brasileiro Ricardo Teixeira e do argentino Júlio Grondona.