O treinador de futebol português Jaime Pacheco, que chegou hoje a Pequim com apenas duas horas de sono, parte já quarta-feira para o sul da China, onde decorrerá o primeiro estágio da sua nova equipa.
“O futebol é um desporto universal. Já não é a primeira vez que estou emigrado”, disse à Agência Lusa Jaime Pacheco.
O contrato com o Guo’An, uma das equipas mais prestigiadas da China e campeã do país em 2009, “é um desafio aliciante”, acrescentou.
Devido ao clima, com invernos muito frios no norte da China, o campeonato chinês de futebol decorre entre a primavera e o outono.
O estágio do Beijing Guo’na realiza-se em Kunming, cidade situada cerca de 2100 quilómetros o sul de Pequim e onde a temperatura máxima prevista para quarta-feira é de 18 graus – mais vinte do que os dois negativos previstos para a capital.
Jaime Pacheco conta com os dois adjuntos que o acompanharam na época anterior, quando dirigiu uma equipa da Arábia Saudita: Luís Diogo Campos e o senegalês Khadim Faye, ex-guarda-redes do Boavista.
Mas, no estágio de Kunming, até ao final de janeiro, o técnico português não poderá contar com os três melhores jogadores do Beijing Guo’A n, que já estão no Qatar, para disputar a Taça de Ásia, ao serviço da seleção chinesa.
Em declarações à Agência Lusa, em Pequim, depois da sua apresentação à imprensa local, Jaime Pacheco considerou “muito provável” a contratação de novos jogadores “para reforçar a equipa”.
“Já equacionámos isso. Daqui a um mês, depois do estágio, terei uma opinião mais abalizada. Há três jogadores estrangeiros na equipa e podem ser contratados mais dois”, disse.
No primeiro contacto com jornalistas chineses, através de um intérprete que falava espanhol, Jaime Pacheco prometeu “trabalhar com toda a dedicação para ter sucesso”.
“Estou muito longe de casa e da minha família, mas tenho a certeza que ganhei outra”, acrescentou.
Criado em 1992, quando a China autorizou a profissionalização do futebol, o Beijing Guo’ A n é uma parceria entre a empresa Guo An, que faz parte do consórcio estatal Citic, e o governo municipal de Pequim.
A equipa, de equipamento verde (calções e camisola), costuma jogar no Estádio dos Trabalhadores, um dos ícones da arquitetura socialista de Pequim, construído há 60 anos na zona oriental da cidade.