A Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL) quer que os governos adotem legislação sobre as apostas desportivas e os conteúdos específicos dos clubes.
No final de uma receção de ano novo à comunicação social, em Lisboa, o secretário-geral da EPFL, Emanuel Medeiros, disse que para 2011 o organismo tem um conjunto de 10 bandeiras fundamentais, com especial destaque para “as questões relacionadas com o reforço da integridade das competições, com a sua valorização positiva e com a sustentabilidade do negócio do futebol”.
“A perceção que temos da realidade à escala europeia é de um setor com enormes potencialidades de crescimento, que tem tido um acréscimo de mil milhões de euros ao ano. Mas também com alguns cenários que nos geram alguma preocupação”, referiu.
Emanuel Medeiros relembrou que a EPFL deu “contributo para a formatação dos sistema de ‘fair play’ financeiro da UEFA, para que os clubes vivam de acordo com as suas potencialidades e não hipotequem o seu futuro”.
“A regulamentação das apostas desportivas é uma bandeira fundamental”, disse Emanuel Medeiros, que viu com alguma “estupefação” o facto de, em Portugal, uma comissão interministerial ter mantido o “status quo”.
Para o secretário-geral da EPFL, “um Estado que vive dificuldades gritantes não pode continuar a desbaratar receitas fiscais, que poderia receber caso legislasse sobre as apostas desportivas”.
“É necessária a legislação sobre os conteúdos dos clubes, como os ‘logos’, emblemas, nomes e a própria estatística. Isto é a principal fonte de receitas dos clubes. Esses conteúdos têm vindo a ser pilhados, sem qualquer benefício para as ligas e os clubes”, referiu.
Uma das várias iniciativas da EPFL para o ano de 2011 é o Congresso de Direito Desportivo Internacional, que se deverá realizar em Lisboa, em setembro.