Os clubes da Liga portuguesa de futebol são os que menos jogadores aproveitam para as formações principais, segundo o ''Estudo demográfico dos futebolistas na Europa''.
Esta investigação, do Observatório dos Jogadores Profissionais de Futebol (OJPF), a que a Agência Lusa teve acesso, conclui que a utilização de jogadores formados nos clubes lusos caiu 1,3 por cento, comparativamente a 2009.
Apenas 6,4 por cento dos jogadores dos emblemas lusos alinharam nos respetivos clubes pelo menos três anos, entre os 15 e os 21 anos. Este é um valor muito abaixo da média europeia - quase um em cada quatro jogadores fizeram a formação no clube atual (23,33 por cento).
Entre os 36 campeonatos estudados pelo OJPF, os clubes da Islândia (50) e da Estónia (41) são os que mais jogadores promovem às equipas principais.
Nas cinco principais ligas, apenas a francesa e a espanhola superam a média europeia, com 25,8 e 24,2 por cento de jogadores promovidos da formação, respetivamente, superando largamente as competições de Alemanha (19), Inglaterra (16,2) e Itália (8,9).
Os clubes portugueses são os mais renitentes da Europa a lançar jovens defesas, apenas 3,3 por cento, e médios, só 8,0 por cento, enquanto os italianos lideram nos guarda-redes (13,3) e os turcos nos avançados (3,9), posições em que o aproveitamento luso não é muito melhor: 14 por cento nos guardiões e 4,1 por cento nos atacantes.
No sentido oposto, os holandeses são os que mais apostam em médios (28,1) e avançados (20,6) da formação, enquanto os franceses destacam-se nos guarda-redes (36,2) e os espanhóis nos defesas (25,9).
Por clubes, o Sporting fez alinhar durante 32,5 por cento dos minutos dos primeiros jogos da época jogadores da formação, três vezes mais que Beira-Mar (7,9), Marítimo (6,7) e União de Leiria (3,4), os seus principais perseguidores.
Os “leões” são a quinta equipa da Europa com mais jogadores colocados noutros clubes incluídos no estudo (39), menos cinco do que os ucranianos do Dínamo de Kiev, que lideram este “ranking”, que coloca o FC Porto no 19.º posto (24).
Noutro capítulo, a Liga portuguesa é a 32.ª na estabilidade dos seus jogadores, porque, em média, apenas permaneceram nos clubes atuais 2,08 anos, novamente num cálculo abaixo do valor de referência europeu (2,47), mas, mesmo assim, superior ao registado em 2009 (1,67).
Os clubes suecos são agora os maiores defensores da estabilidade, mantendo futebolistas ao longo de 3,19 épocas, ao destronar os espanhóis da liderança, que contabilizam agora uma permanência média de 2,97 anos.
A terceira edição deste estudo reúne informações sobre idade, estatura, posições, nacionalidade, emigração e internacionalizações sobre 13108 jogadores, que jogam em 534 clubes de 36 ligas europeias.