A EPFL, organismo que representa as 30 maiores ligas de futebol da Europa, criticou hoje as “decisões unilaterais” da FIFA, acusando-a ainda de “ingerência” em assuntos da sua “exclusiva responsabilidade”.
Reunido em Madrid, o organismo, que tem o português Emanuel Medeiros como diretor executivo, reafirma as suas competências e aconselha a FIFA a “reconsiderar o seu processo de decisão, reforçando a democracia participativa”.
Entre os temas mais importantes em debate, de acordo com um comunicado do organismo enviado à Agência Lusa, destaque para a intransigência da EPLF quanto à aprovação do calendário competitivo internacional, que foi mexido pela FIFA sem a consultar.
A EPFL está “insatisfeita” com a “decisão unilateral” da FIFA em junho de 2010, quando acrescentou oito datas ao calendário 2011/14, com um crescimento de 38 para 46, “mais de 20 por cento”.
“Esta foi outra decisão unilateral que causa grandes problemas às Ligas e clubes. Foi tomada sem qualquer explicação ou consulta prévia aqueles que são afetados e que teriam um interesse legítimo em opinar, caso das Ligas e clubes que representamos”, lamenta o organismo.
As Ligas europeias, que votaram as suas decisões por “unanimidade”, querem ainda acabar de uma vez por todas com a “especulação sobre possíveis mudanças revolucionárias no calendário internacional, entre as quais a possibilidade do Mundial2022 do Qatar ser disputado no inverno”, lamentando a forma como a FIFA geriu todo este processo.
A redução do número de clubes nas Ligas nacionais também é um assunto da sua “exclusiva competência”, pelo que a EPFL “não admite ingerências da FIFA nesta matéria”.
Na mesma nota, a organização que dá voz a cerca de 950 clubes profissionais lembra à FIFA que se oporá a qualquer interferência em qualquer tema da sua exclusiva competência.
A EPFL reitera a vontade de “continuar a cooperar” com a FIFA em assuntos de “relevância para o futebol europeu e mundial”, mas recorda o seu estatuto e exige maior diálogo.