Jaime Pacheco, atual treinador do Beijing Guoan, da China, está convicto de que o FC Porto vai ser campeão português de futebol, considerando o seu desempenho e margem pontual suficientes para manter o Benfica à distância.
“Ganhou vantagem grande logo no princípio. Saiu do pelotão muito rapidamente e agora é questão de gerir. O Benfica já não vai ter capacidade para recuperar a diferença pontual (11 pontos, com um jogo a menos). Acho que o FC Porto vai ganhar com toda a naturalidade”, disse.
Em entrevista à Agência Lusa, Jaime Pacheco, campeão pelo Boavista em 2000/2001, acha “natural” a quebra registada pelos “dragões”, mas confia que a equipa de André Villas-Boas vai manter-se líder até ao fim.
“Teve uma quebra de forma nos últimos tempos, mas isso acontece aos melhores. Numa retrospetiva ao passado, grandes equipas que foram campeãs tiveram a sua crise durante a temporada. Quando isso acontece, mas os resultados são positivos, tudo acaba por ser ultrapassado de forma evidente e natural”, justificou.
Quanto à seleção, Jaime Pacheco continua sem entender porque Carlos Queiroz voltou, para o projeto Mundial2010 – “depois do que não fez no passado e daquilo que disse não deveria ter sido selecionador outra vez” –, e revela-se igualmente crítico quanto à forma como Paulo Bento foi designado seu sucessor.
“O processo de escolha de Paulo Bento não foi o melhor. Muitas vezes temos, de forma generalizada, de ver o que é melhor para Portugal, para o país, de forma realista e não com promiscuidade, como muitas vezes acontece”, disse.
Ainda assim, Pacheco acredita que Portugal vai estar no Euro2012: “Temos bons jogadores e Paulo Bento é um rapaz sério, que fez bom trabalho no Sporting. Está a ter a sua oportunidade. Oxalá mantenha a capacidade de poder realizar resultados positivos, que é esse o interesse geral, de todos nós”.
A novela da aprovação dos estatutos da federação também foi abordada por Jaime Pacheco, que defende que “o governo tem a responsabilidade maior e já deveria ter resolvido” a situação.
“Devia resolver-se isso rapidamente, para benefício de todos, para não cairmos no hiato de começarmos a ter dificuldades, desorganizar-nos e sermos penalizados por isso. Era bom que os governantes se sentassem com pessoas da federação e resolvessem tudo para bem do futebol em Portugal”, concluiu.