O candidato à presidência do Sporting Godinho Lopes garantiu hoje que arranja 60 milhões de euros para cobrir o défice de exploração de 2011 e 2012 e 40 milhões para investir na equipa de futebol, ou seja, 100 milhões.
O candidato explicou como é que o Sporting carece de 100 milhões de euros: “13 milhões são para acabar esta época, durante a qual já foram antecipados 30 milhões relativos à época seguinte, verbas às quais acrescem mais 17 milhões que são a diferença entre o orçamento de vendas e o orçamento de custos previsíveis. Estamos a falar de 60 milhões”.
Dizendo de outro modo, o Sporting precisa de 13 milhões para “pagar salários, juros da dívida e outras despesas” até ao fim da época em curso, mais 17 milhões correspondentes “à previsão dos prejuízos para o ano que vem entre custos e proveitos”, e mais 30 milhões que “já foram gastos” e que deveriam ser utilizados somente na próxima época.
“Eu não era capaz de vir para este projeto sem esses 60 milhões de euros equacionados de forma muito clara para poder organizar o passado e mais 40 milhões para tornar este projeto vencedor no futuro”, disse Godinho Lopes, que, no entanto, não explicou de que forma vai arranjar esses 100 milhões de euros.
Sobre essa questão, o candidato limitou-se a dizer que “tem as condições necessárias para obter esse montante através da apresentação de um projeto credível”, alegando ainda que só apresentou a candidatura “depois de ter assegurado a estrutura financeira que permitirá resolver os problemas do Sporting”.
De resto, Godinho Lopes lançou uma farpa a outros candidatos que apareceram “a puxar de cheques” antes de conhecer a situação real do clube: “Nenhum candidato falou até hoje nas contas reais e efetivas ou se expressou sobre as necessidades atuais do Sporting consolidado, somando o clube à SAD”.
Acerca do passivo consolidado, o candidato revelou que andará, no final da próxima época, “muito próximo dos 295 milhões de euros, sendo 80 milhões relativos a infraestruturas e 215 milhões ao passivo de exploração ao longo dos últimos anos”.
“O problema do Sporting não tem sido falta de dinheiro, mas a falta de habilidade para encontrar soluções que viabilizem um projeto desportivo vencedor. E sem ele não há contas que resistam”, rematou Godinho Lopes, que promete “um Sporting campeão” durante o seu mandato (três anos).