O Sporting de Braga interrompeu hoje uma série de 18 vitórias consecutivas do Benfica, derrotando-o por 2-1, e assim praticamente afasta os ''encarnados'' do título, à 22.ª jornada da Liga Zon Sagres.
Com este resultado, as “águias” ficaram a 11 pontos do FC Porto, quando faltam disputar apenas 24 pontos, enquanto os minhotos ganharam novo fôlego na corrida a um lugar na Liga Europa.
Saviola (24 minutos), oportuno, ainda adiantou o Benfica, mas Hugo Viana (42), no lance imediato à expulsão de Javi Garcia, empatou de livre junto à lateral, cabendo a Mossoró (77) consumar a reviravolta, com o melhor golo da noite.
O desafio entre os rivais pelo título na época voltou a ser ''rasgadinho'' – 10 cartões amarelos mostrados por Carlos Xistra, sem critério uniforme – e Jorge Jesus continua sem vencer um “duelo” entre estas equipas, em nova vantagem do rival Domingos Paciência.
Com maior desgaste físico – jogou a meio da semana com o Sporting –, o Benfica surgiu sem os “alas” Sálvio e Gaitán (jogaram Jara e Felipe Menezes), enquanto Carlos Martins “fez” de Aimar. O Braga surpreendeu com Mossoró no banco, preterido por Paulo César.
“Hoje é para brilhar”, pediam os adeptos minhotos numa tarja e a verdade é que o Sporting de Braga começou mais espevitado, mas o Benfica respondeu de pronto: com atitudes conquistadoras, as equipas proporcionavam um espetáculo com momentos eletrizantes.
Os guarda-redes eram obrigados a permanente atenção, valendo-lhes alguma falta de pontaria dos opositores, e com o tempo o Benfica foi-se instalando no meio campo adversário, ameaçando com perigos vários, até porque a adiantada defesa “arsenalista” era apanhada regularmente descompensada.
Depois de um fora de jogo mal tirado a Jara (20), isolado na cara de Artur, o guarda-redes brilhou aos 24, ao defender uma primeira “bomba” de Carlos Martins, mas a bola sobrou para Saviola, que, sem marcação, ''fuzilou'' para o 1-0.
Aos 29, Lima, sozinho na zona limite da pequena área, preferiu colocar a bola, mas Roberto esteve melhor e, com reflexos assinaláveis, desviou para canto um golo “cantado”. Pouco depois, Ukra beneficiou dos mesmos espaços na área, mas errou o alvo.
Dois minutos após Artur negar o golo a Cardozo, que bombeou de costas para a baliza, Javi Garcia e Alan disputaram um lance e o brasileiro caiu queixoso: Carlos Xistra expulsou o espanhol.
Na conversão do livre, junto ao banco dos locais, Hugo Viana levantou para a área e surpreendeu Roberto, com a bola a entrar ao segundo poste, num lance em que o guarda-redes foi mal batido.
Com menos um, o Benfica voltou ao jogo sem o avançado Saviola, preterido pelo trinco Airton, enquanto o opositor ganhava ímpeto ofensivo com Mossoró, que, logo aos 47, ofereceu o golo a Lima, mas Roberto, a dois metros, ganhou-lhe, mais uma vez, no duelo direto.
Mesmo condicionado, o Benfica cedo manietou as ideias ofensivas contrárias e reequilibrou, mas sem poder de fogo.
O desafio continuava vivo, mas só voltou a animar num desvio involuntário de Sidnei, que ia traindo Roberto (73), atento.
Gaitán e Kardec renderam Felipe Menezes e Carlos Martins no tudo por tudo do Benfica, mas foi Mossoró (78) a fazer a diferença, com um golo vistoso a 25 metros, colocando a bola fora do alcance de Roberto e consumando a reviravolta.
O Benfica ainda tentou minorar o prejuízo, mas sem forças ou o melhor discernimento.