O jovem treinador André Villas-Boas pode igualar domingo o feito do veterano Jesualdo Ferreira e, três anos depois, tornar o FC Porto campeão nacional de futebol a cinco jornadas do fim.
Um triunfo sobre o Benfica, em pleno Estádio da Luz, é o que os “dragões” precisam para igualar o melhor registo dos últimos 37 anos: para encontrar melhor, é preciso recuar a 1972/73, quando os “encarnados” venceram a prova invictos.
Sob o comando do inglês Jimmy Hagan, um “super” Benfica conquistou o “nacional” à 23.ª jornada, com sete para realizar, ao apresentar, então, 23 triunfos em outros tantos jogos. Viria, até ao fim, a ceder apenas dois empates.
Depois dessa proeza, apenas o FC Porto de Jesualdo Ferreira logrou chegar ao título com cinco rondas para disputar, numa época 2007/2008 em que viria a perder seis pontos na “secretaria”, devido ao processo “Apito Final”.
Com quatro rondas por disputar, conseguiram selar a conquista do campeonato outras três “versões” do FC Porto, a de 1987/88, comandada pelo croata Tomislav Ivic, a de 95/96, com o malogrado inglês Bobby Robson a liderar, e a de 2002/2003, orientada por José Mourinho.
O “onze” de André-Villas Boas, 33 anos, está, assim, em excelente posição para fazer história, num campeonato em que cedeu apenas dois empates, ambos a um golo, em Guimarães e em Alvalade, face ao Sporting.
Se ganharem, os “dragões” podem mesmo continuar a sonhar em igualar o Benfica de 1972/73, que somou 58 pontos, em 60 possíveis (agora seriam 86, em 90), correspondentes a 28 vitórias e dois empates (101-13 em golos).
A formação comandada por Jimmy Hagan, na qual atuavam, entre outros, Eusébio, Simões, Toni, Humberto Coelho, Jaime Graça, José Henrique, Artur Jorge, Vítor Baptista e Jordão, assegurou matematicamente o título logo à 23.ª ronda.
Com 23 vitórias, em outros tantos encontros, o Benfica fez a festa - a primeira - do título a 11 de março de 1973, com um triunfo por 3-0 sobre o Vitória de Setúbal, selado com um “bis” de Artur Jorge (27 e 77 minutos) e um tento do “rei” Eusébio (75).
A formação “encarnada” só viria a ceder dois empates, nos redutos de FC Porto (2-2) e Atlético (0-0), e acabou a prova com 18 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Belenenses, que seriam 32, caso, nessa altura, os triunfos já valessem três pontos.
Na presente temporada, a equipa “azul e branca” arrancou com seis vitórias, cedendo os primeiros pontos à sétima, em Guimarães, onde esteve a vencer, graças a um tento do brasileiro Hulk, melhor marcador da prova (20 golos).
Depois de mais quatro vitórias, os portistas voltaram a “escorregar”, na 12.ª ronda, agora face ao Sporting, que chegou a liderar, mas, depois disso, não perderam mais pontos, seguindo com 12 triunfos consecutivos.