O FC Porto embalou cedo para o 25.º título da sua história, quando à quarta jornada da Liga de futebol já tinha um avanço de nove pontos para o campeão em título Benfica, que teve um início desastroso.
Jogo após jogo, o FC Porto mostrou soluções, qualidade e, sobretudo, regularidade, mostrando logo que era, como é sua tradição, candidato ao título, mesmo numa época de mudança, com a chegada de um novo e jovem treinador.
A aposta do presidente Pinto da Costa no técnico André Villas-Boas, que muitos poderiam questionar, deu indiscutivelmente frutos.
O FC Porto raramente oscilou (dois empates) e teve uma caminhada quase perfeita, em contraponto com o Benfica, que nos quatro jogos iniciais acumulou três impensáveis desaires e desde cedo pareceu estar longe da luta.
Académica (em casa), Nacional (fora) e Vitória Guimarães (fora) deixaram os “encarnados” à “beira de um ataque de nervos” e pelo meio com queixas à arbitragem, mas também com culpas próprias que não isentavam o guarda-redes, o reforço espanhol Roberto.
Do lado do FC Porto, as figuras maiores apareceram: Hulk (líder dos marcadores da Liga), Falcao, Silvestre Varela ou recém contratado João Moutinho, e à sucessão de vitórias dos “Dragões” também não se perfilava qualquer outra equipa capaz de ombrear com o líder.
O Benfica, por seu turno, acertou tarde o passo, mas nunca foi capaz de se aproximar do “constante” FC Porto, com a menor diferença pontual, já depois das três derrotas “encarnadas”, a acontecer à sétima jornada, com enormes sete pontos a separar os rivais.
Os “Dragões” tinham acabado de empatar em Guimarães (no seu primeiro de dois empates) e nesta fase o cenário ainda colocava o Benfica na luta, com dificuldade, mas com muitas jornadas para disputar.
O primeiro grande golpe – e um grande balão de oxigénio para o incontestável líder – surgiu à décima jornada. As “Águias” não só perdiam (e não recuperavam pontos) no Estádio do Dragão, como eram vergadas pelo peso de uma mão cheia de golos (5-0).
As diferenças acentuaram-se. Mesmo um novo empate (em Alvalade, 1-1) não tirou fôlego ao “anunciado” campeão nacional, em ritmo sucessivo de vitórias e mesmo com o Benfica também embalado em triunfos, mas com o peso da distância.
O golpe final aconteceu à segunda volta, na visita de risco a Braga (à 22.ª jornada), que deixou os “encarnados” a 11 pontos da liderança.
O Benfica até entrou a vencer, mas queixou-se de uma má arbitragem de Carlos Xistra, principalmente no lance que originou a expulsão de Javi Garcia e o golo do empate dos bracarenses, que acabariam por vencer por 2-1.
O campeonato estava sentenciado e na jornada seguinte o treinador Jorge Jesus mostrou isso mesmo: apresentou uma equipa quase de suplentes na receção ao último classificado (Portimonense), terminando com um empate (1-1) e menos 13 pontos para o FC Porto.
A cereja no topo do bolo para os “Dragões”, que almejam um campeonato sem derrotas e igualar o Benfica de Jimmy Hagan 1972/73, aconteceu hoje, à 25.ª jornada: a garantia do título com uma vitória por 2-1 em pleno Estádio da Luz.