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DIAP considera que não há suspeitas de crime no «apagão» na Luz

O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa considera que o ''apagão'' no estádio da Luz, no final do jogo de futebol de domingo entre Benfica e FC Porto, não preenche ''os pressupostos de suspeita fundada de crime''.

DIAP considera que não há suspeitas de crime no «apagão» na Luz
Futebol 365

Fonte oficial do DIAP de Lisboa disse hoje à agência Lusa que ''não foi instaurado qualquer processo-crime'' ao Benfica e sublinhou que uma eventual sanção ao clube será aplicada no âmbito da esfera jurisdicional dos organismos desportivos.

''Para os acontecimentos em meio desportivo, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) têm poderes especiais para atuarem'', referiu a mesma fonte do DIAP de Lisboa.

À luz do Regulamento Disciplinar da Liga, o ''apagão'' no final do encontro entre Benfica e FC Porto poderá ser considerado uma infração leve e o Benfica incorre numa multa pecuniária de 250 a 2.500 euros.

O ''apagão'' não está especificamente consignado no regulamento, mas a ocorrência no estádio da Luz poderá ser enquadrada no âmbito do que toca à inobservância dos deveres dos clubes.

O artigo 101.º refere que “em todos os outros casos não expressamente previstos em que os clubes deixem de cumprir os deveres que lhes são impostos pelos regulamentos e demais legislação aplicável são punidos com a multa de 250 a 2.500 euros”.

A LPFP, de acordo com uma fonte contactada pela Lusa, “não vai tomar nenhuma posição oficial sobre a matéria”, que, no entanto, poderá ser objeto de análise pela Comissão Disciplinar (CD) na reunião de terça-feira.

Elemento fundamental a ter em conta para uma eventual sanção a aplicar pela CD da Liga ao Benfica, no que toca ao “apagão” no final do jogo, é o relatório do árbitro Duarte Gomes.

O ''apagão'' na Luz ocorreu no final do jogo que opôs o Benfica ao FC Porto, da 25.ª jornada da Liga, e que terminou com o triunfo dos “dragões”, por 2-1.

A luz apagou-se no estádio, ao mesmo tempo que foi ligado o sistema de rega, quando os jogadores portistas festejavam com os seus adeptos a conquista do título de campeão nacional de futebol.

Quanto aos detidos nos incidentes registados junto ao estádio da Luz momentos antes do jogo, o DIAP de Lisboa garantiu que ''os mesmos foram notificados pela PSP (Polícia de Segurança Pública) para se apresentarem hoje, 4 de abril, no Tribunal de Pequena Instância''.

Sem fornecer mais elementos, o DIAP de Lisboa frisou que ''o Ministério Público tem 15 dias para fazer a apresentação para julgamento em processo sumário, se for esse o caso''.

Os incidentes ocorreram cerca de uma hora antes do início do jogo com a polícia a ser obrigada a disparar tiros de borracha e a investir sobre adeptos do Benfica, junto ao Estádio da Luz, que arremessavam pedras e bolas de golfe sobre adeptos do FC Porto, tendo dessa ação resultado várias detenções e quatro feridos.

A Agência Lusa testemunhou o início dos distúrbios, quando centenas de adeptos do FC Porto, que se acumulavam junto às entradas para o estádio devidamente escoltados pela polícia, que formou uma zona tampão em seu redor, começaram a ser alvejados com pedras e bolas de golfe por parte de presumíveis adeptos ''encarnados''.

As pedras usadas foram retiradas das obras de prédios de um condomínio fechado junto ao edifício do Media Markt, o que forçou a polícia a investir sobre a zona de onde foram lançadas as pedras e a disparar balas de borracha.

Face à ação policial, os adeptos ''encarnados'' dispersaram, mas, de repente, nas imediações do pavilhão e do Media Markt, iniciaram-se confrontos entre a polícia e adeptos do Benfica, dos quais resultaram alguns feridos, que sangravam da cabeça, e vários detidos, tendo sido chamada de imediato uma ambulância.

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