O presidente da Comissão Delegada das associações distritais e regionais, Júlio Vieira, disse hoje que foram dados “passos no sentido de resolver o problema” da adequação dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) à legislação em vigor.
Júlio Vieira manifestou-se confiante na adequação dos estatutos federativos ao Regime Jurídico das Federações Desportivas e na aprovação do Regulamento Eleitoral na Assembleia-Geral de 30 de abril, mas advertiu que ainda existem “divergências”.
“Continuam a haver divergências, mas demos passos no sentido de resolver o problema. Estas reuniões permitiram aproximar algumas partes no sentido de chegarmos a dia 30 em condições de aprovarmos os estatutos da federação”, explicou Júlio Vieira.
O presidente da Associação de Futebol de Leiria espera que, até 30 de abril, “seja possível ultrapassar o que falta ultrapassar” - que não quis especificar – e “chegar ao fim de uma história com três anos e meio”.
Júlio Vieira adiantou que está a ser elaborado um documento “que permite dar uma posição clara ao próximo Governo de que os sócios da federação, todos eles, não se revêem neste regime jurídico”.
“Não temos Governo e, portanto, não temos com quem discutir a alteração à lei. O que é fundamental é que se altere este modelo, que não vai ao encontro do desenvolvimento do futebol português”, assinalou, após a reunião com a direção da FPF, Liga de clubes e representações de árbitros e treinadores, na sede da federação, em Lisboa.
Na reunião não esteve presente o presidente da FPF, Gilberto Madail, o “vice” federativo Amândio de Carvalho, ambos por motivos de saúde, além do presidente da Associação de Futebol Porto, Lourenço Pinto.
A Comissão Delegada das associações distritais e regionais é composta por Lisboa, Coimbra, Leiria, Santarém, Porto, Madeira e Évora.
Em causa, está a análise de três artigos que tinham sido chumbados na especialidade na sessão magna de 19 de março, depois de aprovado o novo modelo na generalidade.
Os três artigos, que se referem ao método de Hondt na eleição para os conselhos de arbitragem, justiça, disciplina e fiscal da FPF e à representatividade, constituem uma das duas matérias que serão votadas na Assembleia-Geral extraordinária de 30 de abril.
Esta reunião surge na sequência da suspensão dos trabalhos da sessão extraordinária, na sequência de um requerimento apresentado pela Associação de Futebol de Leiria e aprovado por 29 dos sócios ordinários, com único voto contra da Associação Portuguesa de Árbitros (APAF).
A FPF continua sem estatutos adequados ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas, permanecendo com parte da utilidade pública suspensa pelo Governo, que cortou praticamente todos os apoios financeiros à federação.
O Governo tinha prometido reavaliar a situação da FPF em abril, enquanto a FIFA e a UEFA também já ameaçaram suspender a federação portuguesa, o que implicaria a exclusão dos clubes e das seleções das várias competições internacionais.