O Benfica conquistou hoje a terceira Taça da Liga de futebol da sua história, com um triunfo suado sobre o Paços de Ferreira, por 2-1, num encontro em que Moreira foi o herói dos “encarnados”.
No Estádio Cidade de Coimbra, o guarda-redes português, raramente utilizado esta temporada, defendeu uma grande penalidade ainda na primeira parte e efetuou uma mão cheia de boas intervenções, que mantiveram a sua equipa na rota para a terceira Taça da Liga consecutiva.
O Benfica aproveitou a menor experiência, com algum nervosismo à mistura, do Paços de Ferreira e chegou ao intervalo com uma vantagem confortável de dois golos, graças a Jara e Javi Garcia, mas Luisão “borrou” a pintura com um autogolo logo no início da segunda parte.
À semelhança do encontro frente ao FC Porto, os “encarnados” quebraram completamente após o intervalo e os pacenses aproveitaram para “renascer das cinzas”, lutando pelo troféu até ao último instante da partida. Mas, Moreira entrou em cena e impediu os “castores” de pelo menos levar a final para a decisão das grandes penalidades.
Depois de vencer a prova em 2008/09 (frente ao Sporting) e em 2009/10 (frente ao FC Porto), o Benfica voltou a levantar o troféu e ganhou a tal confiança que Jorge Jesus falou na conferência de imprensa de antevisão, tendo em vista as meias-finais da Liga Europa frente ao Sporting de Braga.
Além de apostar em Moreira, o técnico da equipa da Luz fez regressar, como era esperado, Aimar à equipa inicial, em detrimento de César Peixoto.
Do lado de Paços de Ferreira, o treinador Rui Vitória apresentou o “onze” habitual, com Pizzi e Manuel José no apoio ao ponta-de-lança Rondon.
O Benfica aproveitou um início muito nervoso por parte da equipa do Paços de Ferreira e lançou o primeiro aviso nos instantes iniciais, com Saviola a acertar na barra, num lance típico do argentino, já dentro da área.
Frente a um adversário que entrou em campo com uma atitude temerosa, os “encarnados” foram dominadores e, sem surpresa, chegaram à vantagem, aos 17 minutos. Fábio Coentrão “furou” pela esquerda e assistiu na perfeição Jara, que, de cabeça, só teve que encostar para a baliza de Cássio.
Mesmo sem grande discernimento, os pacenses equilibraram a partida e tiveram uma soberana oportunidade para empatar a final, mas Manuel José permitiu a defesa de Moreira na marcação de uma grande penalidade.
Perto do intervalo, num lance com muitas responsabilidades para a defesa do Paços de Ferreira, Carlos Martins enviou a bola para área e Javi Garcia apareceu sem qualquer marcação frente a Cássio e, à segunda, bateu o guardião brasileiro.
Logo no regresso dos balneários, Luisão teve uma falha de comunicação com Moreira, numa bola que parecia perdida no ataque pacense, e assinou o seu nome na lista dos marcadores da partida, mas pela equipa errada.
O golo foi devastador para o Benfica, que se eclipsou completamente, deixando ao Paços de Ferreira o domínio da partida. Foi ai que apareceu Moreira com intervenções que foram cruciais.
O guarda-redes “encarnado” impediu Manuel José de marcar com uma defesa espetacular e voltou a repetir a dose pouco depois, a remate de Maykon.
O cenário obrigou Jesus a tirar Saviola e a ter que meter Airton, de modo a segurar o meio-campo, uma mudança que acabou por surtir efeito, mas que mesmo assim não disfarçou o cansaço e desacerto “encarnado” na construção de jogadas de ataque.
O mais assobiado da noite foi mesmo Cardozo, que esteve completamente apagado, somando más intervenções a cada minuto que passava.
Mesmo assim, apesar de algum assédio, o Paços de Ferreira não voltou a incomodar Moreira e regressa à capital do móvel “apenas” com a medalha de finalista.