O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madail, defendeu hoje a criação de um tribunal desportivo, disse não perceber algumas decisões da justiça portuguesa e sentir-se com disposição para continuar no cargo.
O dirigente comentava a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa, que considerou “inexistente” a continuação da reunião do Conselho de Justiça da FPF que indeferiu os recursos do Boavista e do presidente do FC Porto no processo “Apito Final”.
“Mas alguém percebe o que se passa a nível judicial (em Portugal)? Eu também não. Há julgamentos com cinco e seis anos e compete ao poder político e ao judicial rever esta situação. Era importante e sou adepto de um tribunal desportivo apenas para julgar os casos do desporto, isento, com juízes nomeados pelo magistério público e rotativo, mudando de dois em dois anos. Assim a justiça desportiva daria um grande passo em frente”, considerou.
Sobre um eventual pedido de indemnização do Boavista respondeu: “Pode pedir a indemnização que quiser, mas não pensem que vamos ficar inativos. Não fomos nós que iniciámos o processo, foi a Liga. Há que haver bom senso e respeitar a instituição FPF, porque sem ela não vamos a lado nenhum”.
Sobre a sua recandidatura, disse que já pensou nas duas hipóteses, mas que neste momento sente-se “em condições de estar mais tempo na Federação”.
“Isto não é um anúncio de recandidatura, mas regressei ao passado, estou muito mais ativo, com muito mais ideias que talvez ainda possa fazer, para além da Casa das seleções”, disse.
Madail garantiu ainda a presença em Dublin, a 18 de maio, para assistir à final da Liga Europa, entre Sporting de Braga e FC Porto, tendo aproveitado para enviar alguns recados à UEFA.
“Pode ser que alguns senhores da Europa, alguns donos do futebol, possam entender o que é Portugal e do que é capaz e que entendam que Portugal tem que ter uma palavra no comité executivo da UEFA e na FIFA também”, disse.
Gilberto Madail esteve em Braga para o sorteio da fase final da Taça das Regiões da UEFA, que vai decorrer no distrito de Braga (Braga, Barcelos, Esposende e Vila Verde), de 21 a 28 de junho.