As instalações do Estrela da Amadora, considerado insolvente pelo Tribunal do Comércio de Sintra em despacho de 08 de fevereiro de 2010, foram colocadas à venda em hasta pública pelo preço base de quase 6,9 milhões de euros.
A data para abertura das propostas de aquisição do estádio José Gomes (campo de futebol e instalações de apoio), no valor base de 3.447.938 euros, e do terreno contíguo de treinos, de balneários e a sala de jogo do bingo, pelo mesmo montante, está marcada para 26 de maio, na reunião da Comissão de Credores e o administrador de insolvência.
Os dois conjuntos de bens a liquidar terão de ser vendidos em conjunto, estando a sala de jogo do bingo parcialmente onerada em contrato de cessão de exploração, que termina a 01 de novembro de 2014. Mensalmente, a concessionária paga 6.000 euros e 10 por cento do lucro líquido mensal, após o pagamento de impostos.
O prazo para entrega das licitações termina a 20 de maio e, de acordo com o PDM (Plano Diretor Municipal) da Amadora, as instalações terão de manter o cariz de área desportiva.
A liquidação foi aprovada pelo Tribunal do Comércio de Sintra, depois de um plano de recuperação do Estrela da Amadora ter sido chumbado pelos credores.
Em despacho de 08 de fevereiro, a que Agência Lusa teve acesso, a juíza Rute Lopes concluiu “que não se mostra aprovado o plano de insolvência” por não terem sido reunidos os votos de dois terços exigidos por lei do valor total dos créditos reclamados pelos credores.
Entre os credores que se pronunciaram favoravelmente e que foram confrontados com a inviabilização do plano por reduzida margem encontra-se a Segurança Social, que reclama mais de 2,5 milhões de euros.
O despacho menciona ainda que “votaram contra o plano” credores que representam 16.472.301 euros da massa insolvente, entre os quais figura o Fisco, que detinha cerca de 34 por cento dos votos do universo dos credores, correspondendo a mais de 12,5 milhões de euros de créditos.
O plano resultava de alterações introduzidas pelo administrador de insolvência, Paulo Sá Cardoso, após propostas de um grupo de investidores liderado por Herculano Gonçalves, ex-deputado do CDS-PP na Assembleia da República.
De acordo com o documento, o Estrela da Amadora ficava a deter 40 por cento do capital social da SAD, enquanto os restantes 60 por cento pertenciam ao grupo de investidores.
Se fosse aprovado, o novo plano previa o início da atividade do Estrela da Amadora em dezembro de 2011 e o da SAD em julho de 2012.
O pedido de insolvência foi interposto pelo Estrela da Amadora, impedido de inscrever-se na Liga portuguesa de futebol na temporada de 2009/2010.
Alegou o clube impossibilidade de cumprir pontualmente com as suas obrigações, uma vez que não detinha meios próprios ou de crédito.
Por não cumprir os requisitos estabelecidos pela Federação Portuguesa de Futebol no processo de inscrição nas provas de seniores, o Estrela da Amadora, 10.º na II Divisão nacional na época de 2009/10, apenas compete nesta época nos escalões jovens, pela primeira vez desde que foi fundado, em 1932.