Taça de Portugal: FC Porto e a perfeição, Guimarães e a história

Sob o comando do jovem técnico André Villas-Boas, uma aposta de risco de Jorge Nuno Pinto da Costa, os “dragões” estão a realizar uma época notável, precisando apenas de mais um triunfo para a tornar quase perfeita.

Depois da Supertaça, da Liga portuguesa e da Liga Europa, falta apenas a Taça de Portugal para o “miúdo” Villas-Boas somar mais troféus do que José Mourinho na sua primeira época completa nos “azuis e brancos”.

Os números globais do FC Porto 2010/2011 serão, sempre, melhores do que os de 2002/2003, mas, então, os “dragões” conseguiram o pleno nas provas em que participaram (vitórias na Liga portuguesa, Taça de Portugal e Taça UEFA).

Na presente temporada, os “azuis e brancos” já não podem ganhar tudo, mas, vencendo quatro de cinco competições (só falharam na Taça da Liga, ganha pelo Benfica), farão novamente história, igualando o feito único de 1987/88.

Nessa temporada, sob o comando do ex-jugoslavo Tomislav Ivic, o FC Porto conquistou quatro competições, o campeonato, a Taça de Portugal, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia.

Será apenas mais um recorde, mais um feito, a juntar aos muitos conseguidos na Liga Europa e no campeonato, que o FC Porto terminou como campeão invicto (27 vitórias e três empates), algo que só o Benfica de 1972/73 lograra, sob o comando de Jimmy Hagan (28 triunfos e dois empates).

Em grande forma, os “dragões” só parecem ter um problema, o pouco tempo de preparação para o jogo, sem bem que André Villas-Boas há muito tenha anunciado a intenção de conseguir o primeiro “tri” do FC Porto na prova.

Depois de tantas conquistas, esta poderá ser a motivação dos jogadores portistas, que, do outro lado, terão um adversário que há muito prepara o seu “jogo do ano”, depois de um bom campeonato, concluído no quinto posto.

O Vitória de Guimarães tem na Supertaça de 1987/88 (2-0 em casa e 0-0 fora, com o FC Porto) o único troféu da sua história, pelo que procura o maior feito de sempre, numa prova em que já perdeu quatro finais, a última em 87/88, precisamente face aos “azuis e brancos” (0-1).

À quinta tentativa, os minhotos, comandados por Manuel Machado, vão tentar aproveitar o clima de festa dos portistas, e talvez de menor concentração, para “enganar” a equipa de Villas-Boas.

Os vimaranenses foram, aliás, uma das três equipas, e a primeira, a pontuar face aos “dragões” no campeonato, ao empatarem 1-1 no D. Afonso Henriques, onde Faouzi, também o “herói” da Taça (marcou o único tento das “meias” com a Académica), “anulou” o tento inaugural de Hulk.

Do seu lado, o conjunto minhoto tem também uma inigualável massa associativa, que vai pintar, certamente, com as suas cores metade das bancadas do Estádio do Jamor, no habitual apoio incessantem, mas também exigente, aos seus jogadores.

O FC Porto é, naturalmente, favorito, mas Manuel Machado deverá estar a arquitetar uma estratégia para conseguir ganhar o primeiro troféu da carreira, depois de muitos feitos, também no Moreirense, Nacional ou Académica.