Horas após ser suspenso pelo Comité de Ética da FIFA, Jack Warner, presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF), denunciou que Joseph Blatter deu um donativo de um milhão de dólares ao organismo americano.
Warner, que também é vice-presidente da FIFA, referiu em comunicado estar ''surpreendido'' e ''chocado'' com a sua suspensão, que considerou um ''abuso'', e lançou uma acusação ao presidente da federação internacional.
''Nas alegações, indiquei ao Comité de Ética que em Miami, no congresso da CONCACAF, a 03 de maio, Blatter deu um donativo de um milhão de dólares à CONCACAF'', escreveu Warner.
O dirigente suspenso disse que Michel Platini, presidente da UEFA, estava presente, assim como o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, que lhe disse que Blatter ''não tinha permissão do comité de finanças para este donativo''.
No entanto, Warner esclareceu que Valcke lhe disse que o dinheiro acabaria por aparecer.
A FIFA confirmou hoje a alegação de que Mohammed Bin Hammam, presidente da confederação asiática, também suspenso, e Warner ofereceram 36.000 euros de presentes às federações nacionais em troca de votos para a eleição do presidente do organismo que superintende o futebol mundial, a 01 de junho.
Bin Hammam, que se retirou da corrida à presidência da FIFA na noite de sábado, tem sido acusado pela imprensa britânica de ter comprado votos para que o Qatar organizasse o Campeonato do Mundo em 2022.
Hammam também denunciou no seu blog na Internet ''a influência'' de Jérôme Valcke.
''Tenho a impressão de que o Comité de Ética é absolutamente independente, mas na conferência de imprensa [que se seguiu à reunião] vimos que o secretário-geral Valcke tem mesmo influência sobre o Comité de Ética'', escreveu.
Blatter, presidente em exercício, que compareceu nas audições de domingo do Comité de Ética, é agora o único candidato à presidência da FIFA.
No blog escreve-se que ''durante a conferência de imprensa, Jérôme Valcke comentou as decisões do Comité de Ética e apresentou uma nova prova contra Bin Hammam que não fazia parte do processo'', concluindo-se que Valcke ''não hesitou em pedir a culpabilidade'' de Hammam.
''É o contrário das regras da justiça numa comissão independente'', sublinha-se.