A Federação Inglesa de futebol (FA) pediu hoje o adiamento da eleição para a presidência da FIFA, prevista para quarta-feira, e apelou a outras federações para fazerem o mesmo, num momento em que o organismo está em crise.
Em comunicado, o presidente da FA, David Bernstein, reclamou o “adiamento da eleição e um processo mais credível, de modo que um outro candidato reformador possa ter a oportunidade de apresentar-se à presidência”.
David Bernstein pede ainda “a nomeação de um grupo independente que possa fazer recomendações sobre como melhorar a governação” da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
“Trata-se de um período muito prejudicial para a reputação da FIFA e, por seu turno, para todo o futebol”, considerou Bernstein, que anunciou em meados de maio a abstenção da FA na votação de quarta-feira.
De acordo com o mesmo responsável, os acontecimentos dos últimos dias “reforçam” a posição da FA e apelam à FIFA e a outras federações a apoiar a sua iniciativa.
“Para melhorar a forma como o jogo é regido ao mais alto nível, acreditamos que a aceitação dos nossos pedidos é um passo positivo, e o mínimo que pode ser feito”, concluiu.
O presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter é o único candidato à sua sucessão no organismo, para um quarto mandato, num momento em que a organização é alvo de denúncias de corrupção e inquéritos internos.
Blatter tinha como único adversário Mohammed Bin Hamman, homem de negócios do Qatar e presidente da Confederação Asiática, que se retirou este fim de semana da eleição, antes de ter sido suspenso domingo devido a um inquérito sobre uma alegada fraude ligada às eleições.
Entretanto, Joseph Blatter rejeitou segunda-feira a ideia de crise no organismo, apesar da suspensão de dois elementos da Comissão Executiva, e assegurou que não há razões para abrir um inquérito à atribuição da organização do Mundial2022, ao Qatar.
“Não há crise, há dificuldades”, afirmou Blatter, um dia depois de a Comissão de Ética ter suspendido provisoriamente Mohamed bin Hammam e Jack Warner, presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF) e vice-presidente da FIFA, por suspeita de pagamento de 40.000 dólares a responsáveis do futebol caribenho para apoiarem a candidatura de Bin Hammam à presidência da FIFA, entretanto retirada.