Joseph Blatter vai ser reeleito hoje como presidente da FIFA, o organismo máximo do futebol a nível mundial, num ambiente de crescente crise na instituição, abalada por vários escândalos e contestações nos últimos dias.
O economista suíço, de 75 anos e presidente da FIFA desde 1998, tinha até há três dias um concorrente para a corrida às urnas, Mohammed Bin Hamman, do Qatar, situação quem em nada veio pacificar o ambiente no seio do organismo.
Em véspera de ser eleito pelos delegados dos 208 países inscritos, Blatter já admitiu que “a pirâmide da FIFA está a vacilar pela base” e que é preciso alterar alguma coisa.
Blatter é abertamente contestado pela confederação asiática (AFC), que apoiava Bin Hamman, e considera “um ultraje” todo o processo que levou à desistência do seu presidente, por suspeitas de influenciar o voto de federações da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF) na eleição de hoje.
Bin Hamman foi suspenso preventivamente, juntamente com Jack Warner, presidente da CONCACAF, que entretanto pôs em causa o secretário-geral da FIFA, tornando público o conteúdo de e-mail em que Jérôme Valcke sugeria que o Qatar tinha comprado a organização do Mundial2022.
Blatter é igualmente contestado pela Austrália e pelas históricas Inglaterra e Escócia, em choque desde a perda da organização dos Mundiais de 2018, para a Rússia, e de 2022, para o Qatar.
A Inglaterra chegou a pedir o adiamento da eleição, para que se procurasse um candidato mais consensual, sem sucesso no entanto.
Com os apoios que ainda tem, é certo que Blatter continua. Mas certamente que para um último mandato, em que deverá avançar, na procura de consensos, na direção de uma profunda reforma da instituição.