O presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, classificou hoje a FIFA de “ditadora e colonialista” por ter banido o véu islâmico, o que afeta a seleção de futebol feminina do país.
“Esses são os ditadores e colonialistas que querem impor aos outros o seu estilo de vida”, acusou Ahmadinejad.
Em causa está a interdição reiterada pela FIFA do uso do véu islâmico, que a seleção feminina do Irão apresentou na sexta-feira frente à Jordânia, facto que impediu a realização do jogo da fase de apuramento para os Jogos Olímpicos Londres2012.
A federação iraniana já anunciou que vai apresentar recurso face a esta interdição.
“Vamos lidar com aqueles que levaram a cabo este trabalho sujo”, disse o presidente do Irão, prometendo tudo fazer para dar às jovens do país o direito de usar essa parte do equipamento, indumentária de cariz religioso.
A FIFA justifica a interdição do véu islâmico com motivos de segurança. Há dias, explicou que ''a decisão de março de 2010, que permitiu que as jogadoras fossem autorizadas a utilizar algo que lhes cobrisse a cabeça, mas não que tapasse as orelhas e o pescoço, continua em vigor''.
Nos I Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010, em Singapura, a equipa feminina do Irão usou um gorro especialmente desenhado para a competição.
O embaixador do Irão na Jordânia, Mustafa Zadeh Musleh, defende que a proibição da FIFA é “desumana” e fruto de “motivações políticas”.
Musleh acusou a FIFA de “extremismo”, comparando-o ao dos Taliban no Afeganistão, que restringe o acesso das mulheres ao desporto.