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A seleção portuguesa de futebol de rua, constituída por oito jovens apoiados por instituições particulares de solidariedade social, fica hoje a conhecer as suas equipas adversárias no campeonato mundial da modalidade, que se disputa em Paris até dia 28.
O sorteio de jogos realiza-se às 17:00 no Stade de France e a abertura do campeonato está marcada para domingo de manhã, concretizando-se em dois momentos distintos: às 11:00 dá-se a partida inicial, pelas primeiras equipas masculinas apuradas no sorteio; e às 11:55 o campo pertence a duas formações femininas, que competirão ao nível da Women’s Homeless World Cup.
Para o selecionador da equipa portuguesa, Bruno Seco, “mais importante do que ganhar é a participação no próprio mundial”, que representa para os oito jogadores em causa o “ponto alto de todo este processo, entre os torneios locais e a final do campeonato nacional, disputada em julho em Aveiro”.
O campeonato nacional envolveu, aliás, quase 1.000 atletas de cerca de 150 instituições, pelo que o técnico defende que os oito escolhidos “têm de encarar isto como uma grande oportunidade para mostrarem o seu potencial”.
“A ideia é retirarem desta experiência a auto-estima de que necessitam”, explica Bruno Seco, “na consciência de que não têm limites e de que podem concretizar nas suas vidas pessoais e profissionais tudo aquilo a que se propuserem”.
Gonçalo Santos, coordenador-geral do projeto Futebol de Rua, já antes reforçara essa ideia: “Tanto a nível nacional como internacional, isto pretende ser mais do que uma competição – quer ser um choque cultural, o catalisador para uma mudança positiva na vida destes jovens e um contributo para que eles trabalhem questões tão simples como a sua auto-estima, motivação e assertividade”.
O Campeonato Nacional de Futebol de Rua é uma iniciativa da associação CAIS, que organiza o evento em Portugal desde 2004. O Mundial, por sua vez, é da responsabilidade da Propoor Sports Limited e da Homeless World Cup Foundation.
Segundo os organizadores do evento, a pesquisa realizada desde a primeira edição do evento, em 2003, em Graz, na Áustria, vem demonstrando que mais de 70 por cento dos jogadores envolvidos no projeto “mudaram as suas vidas depois de participarem no torneio”.
Este ano, o mundial é disputado por 64 seleções, sendo que todos os jogos podem ser acompanhados online através do site www.homelessworldcup.org.
