O ex-futebolista Derlei, que jogou pelo FC Porto (2002/05), Benfica (2007) e Sporting (2007/09), defende que nos “clássicos” não há favoritos, dado que são jogos em que “tudo pode acontecer”.
“É lógico que a equipa que joga em casa leva uma certa vantagem, porque tem os adeptos do seu lado”, adiantou à Agência Lusa Derlei, que, apesar de viver em Guarajá, São Paulo, continua a acompanhar a Liga portuguesa.
Derlei ingressou no FC Porto em 2002 pela mão de José Mourinho, que tinha sido seu treinador na União de Leiria, e a sua entrega ao jogo e remate letal valeram-se a alcunha de “Ninja”.
Dos muitos golos que marcou pelos “dragões”, destacam-se os dois apontados ao Celtic, na final da Taça UEFA de 2003, em Sevilha, que valeram a conquista do troféu (3-2).
“Um clássico como este constitui uma boa oportunidade para as equipas testarem as suas capacidades”, defendeu Derlei, considerando que resultados como o que se verificou o ano passado (5-0 para o FC Porto) não acontecem sempre.
Derlei desvalorizou o facto de o FC Porto ter perdido pela primeira vez pontos na Liga, considerando que “mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer”, e reconheceu que o Benfica está “motivado pelos últimos resultados”.
“O Benfica está moralizado pelo jogo com o Manchester United (1-1), que é um adversário direto na Liga dos Campeões, apesar de ter jogado em casa, e pela vitória à Académica de Coimbra (4-1)”, disse.
O jogador brasileiro naturalizado português é da opinião que os últimos resultados antes do “clássico” dão moral e no caso concreto do Benfica, que igualou o FC Porto na Liga, “ajuda bastante”.
O “Ninja” antevê um jogo “muito equilibrado” no Dragão, e recorda que “o FC Porto tem sempre a tranquilidade necessária para estes momentos, ainda por cima quando joga perante os seus adeptos””.
“Joguei muitos clássicos e tive a felicidade de estar quase sempre do lado do vencedor”, adiantou à Lusa, acrescentando que guarda os bons momentos vividos nessas alturas, mas sem nostalgia.
Derlei diz que “foram momentos maravilhosos” que viveu ao longo da sua carreira, que terminou recentemente ao serviço dos brasileiros do Madureira, com 35 anos, mas sem sentir saudades.
“O primeiro clássico que se disputa é o que se recorda mais”, diz Derlei, que recorda ainda momentos marcantes como finais de taças de Portugal e momentos importantes dos campeonatos.
Entre essas memórias, o “Ninja” recorda uma final da Taça perdida para o Benfica, por 2-1, 10 dias antes da conquista da Liga dos Campeões (2003/2004), e, na época anterior, um triunfo na Luz, por 1-0, com o FC Porto muito à frente.