Em Portugal, como no estrangeiro, as mulheres assumem, cada vez mais, lugares anteriormente ocupados apenas por homens. De Mónica Jorge a Sandra Monteiro, passando por Ana Raquel Brochado, o desporto português começa a abrir-se ao sexo feminino.
Até esta semana, Mónica Jorge, de 33 anos, era ''apenas'' a selecionadora nacional de futebol feminino, desde agosto de 2007, e a responsável pelos passos mais consistentes da vertente.
Licenciada em Desporto de Alto Rendimento (variante futebol) pela Escola Superior de Desporto de Rio Maior, a antiga atleta federada de atletismo, futsal e halterofilismo pode ser a primeira mulher, pelo menos nos últimos 50 anos, a integrar uma futura direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), depois de esta quinta-feira ter aceitado o convite de Fernando Gomes.
O atual presidente da Liga de clubes endereçou um convite a Mónica Jorge, única portuguesa com habilitações para treinar clubes profissionais, para fazer parte da sua lista às eleições para os órgãos sociais da FPF, agendadas para 10 de dezembro, tendo obtido uma resposta positiva por parte da selecionadora.
Se Mónica Jorge chegar à FPF, juntar-se-á a outras mulheres que estão ou estiveram à frente das modalidades nacionais. Por cá, Sandra Monteiro é presidente da Federação Portuguesa de Basebol e Softbol, um estatuto que acumula com o de primeira mulher a nível mundial a encabeçar uma federação nacional da modalidade.
Também o kickboxing, um desporto normalmente associado ao universo masculino, foi dirigido por Ana Vital Melo, uma jurista, que acumulou o epíteto de primeira mulher presidente de uma federação desportiva com o de única mulher na Comissão de Política Nacional da JSD.
Também a Federação Portuguesa de Trampolins e Desportos Acrobáticos, que foi extinta, foi presidida por Maria Celeste Gil, a primeira mulher a integrar a chefia de uma Missão Olímpica portuguesa, nos Jogos Olímpicos de Pequim2008.
Fora das federações, é Ana Raquel Brochado que se destaca, como primeira árbitra na história do desporto nacional a dirigir um jogo de futebol dos campeonatos nacionais de seniores masculinos de futebol.
A jovem de 30 anos, que é licenciada em Educação Física, estreou-se no jogo entre o Bombarralense e o Monsanto, realizado em Óbidos, a 17 de setembro de 2006, que acabou empatado a uma bola, e mantém-se na terceira categoria nacional da FPF.
Mas a coqueluche da arbitragem nacional é Sandra Braz Bastos escolhida para arbitrar a final do Campeonato da Europa feminino de Sub-19, em junho deste ano.
Instrutora de fitness e cinturão negro de taekwondo, Sandra Bastos, que tem 33 anos e é de Santa Maria de Feira, é internacional desde 2004, tem várias presenças em torneios de apuramento para o Campeonato da Europa, jogos de apuramento para o Campeonato do Mundo e jogos da Liga dos Campeões no futebol feminino.
A árbitra portuguesa, que esteve presente em quatro Mundialitos e nos Jogos Olímpicos, ocupa os seus fins de semana com jogos a nível distrital e nacional, tendo três presenças na final da Taça de Portugal como árbitro nas épocas 2009/10 e 2010/11.