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China, uma terra de sucesso para os treinadores portugueses

Um dos finalistas da Taça da China será seguramente uma equipa orientada por um português, numa proeza sem precedentes, suscetível de aumentar a cotação dos treinadores lusos no país mais populoso do Mundo.

China, uma terra de sucesso para os treinadores portugueses
Futebol 365

''Não me admirava nada que para o ano houvesse mais um ou dois treinadores portugueses na China'', disse à agência Lusa Jaime Pacheco, treinador do Beijing GuoAn, o clube da capital.

Na próxima quarta-feira, numa das meias-finais da Taça da China, o Beijing GuoAn defrontará o Shandong, equipa treinada por Manuel Barbosa.

''Uma coisa é certa: haverá um português na final da Taça da China, o que nunca acontecido'', realçou Barbosa, que até há um mês dirigia a escola de formação do Shandong.

Na superliga chinesa há outra equipa orientada por um português, o Dalian, que no verão passado contratou Nelo Vingada para evitar a sua descida de divisão.

''Os técnicos portugueses estão bem vistos aqui'', comentou Jaime Pacheco.

Aqueles três treinadores já renovaram os respetivos contratos e vão continuar na China pelo menos mais uma temporada.

Jaime Pacheco chegou em dezembro passado, quatro meses antes do início da superliga chinesa, competição disputada por 16 equipas entre 02 abril e 02 de novembro. A final da Taça será a 19 de novembro.

Na época anterior, o Beijing GuoAn ficou em quinto lugar e, entretanto, perdeu dois dos seus melhores jogadores.

''Os responsáveis do clube, disseram-me depois, pensavam que este ano não conseguiriam melhor do que o sétimo ou o oitavo lugar'', contou Jaime Pacheco, que está a realizar um campeonato acima das expetativas, tendo conduzido o Beijing GuoAn ao segundo lugar, com mais seis pontos do que o terceiro, e é a segunda equipa mais goleadora da prova, a seguir ao campeão, o Guangzhou.

''O Beijing GuoAn já teve muitos treinadores, mas, para os adeptos do clube, Pacheco revelou-se o melhor de todos. Têm uma grande admiração por ele'', disse uma jornalista desportiva de Pequim.

O sucesso do Guangzhou, equipa que subiu este ano à superliga e que se sagrou campeã cinco jornadas antes do final da prova, é atribuído em grande parte à fortuna do seu presidente, Xu Jiayin, um dos empresários mais ricos do país.

Nelo Vingada herdou uma equipa ''muito intranquila'', mas ao fim de dois meses a sua permanência na superliga parece assegurada.

O Dalian está no 12.º lugar, com o mesmo número de pontos do 11.º, e mais nove e 15, respetivamente, do que os dois últimos da tabela, os únicos sujeitos à despromoção.

A contratação de Manuel Barbosa também foi uma emergência: ''Depois de ter perdido quatro jogos seguidos, a direção despediu o treinador e pediu-me para dirigir a equipa'', contou o técnico português.

Desde então, em cinco jogos, o Shandong perdeu apenas um.

A profissionalização do futebol na China começou em 1992, depois de o Partido Comunista Chinês se converter à ''economia de mercado socialista''.

Dez anos mais tarde, pela primeira e única vez, a seleção chinesa conseguiu qualificar-se para a fase final de um Mundial, mas perdeu todos os jogos e não marcou um único golo.

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