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O Governo britânico anunciou hoje vai divulgar documentos oficiais sobre a tragédia de Hillsborough que provocou a morte de 96 adeptos de futebol, na meia-final da Taça de Inglaterra de 1989.
Um porta-voz de David Cameron, primeiro-ministro britânico, disse que foram entregues todos os documentos governamentais sobre o acidente ao Painel Independente de Hillsborough, que está novamente a analisar o processo e que vai divulgar a documentação e disponibilizá-los às famílias dos mortos.
Em 1991, um júri durante a fase de inquérito concluiu que as mortes no estádio do Sheffield Wednesday foram acidentais – devido ao excesso de adeptos na bancada e ao mau estado do estádio que não cumpria as normas de segurança – mas a ação da Polícia de South Yorkshire foi fortemente criticada pelas suas ações.
As forças da autoridade colocaram cerca de 2.000 adeptos do Liverpool em espaços do recinto que já estavam cheios e que levaram muitos à asfixia e ao esmagamento.
Na sequência de um debate desencadeado através de uma petição “online”, que foi assinada por 140.000 pessoas, os legisladores britânicos apoiaram a divulgação integral da documentação.
O deputado trabalhista Steve Rotheram, da oposição parlamentar, leu os nomes das 96 vítimas, enquanto os restantes elementos do Parlamento permaneceram em silêncio.
Rotheram pediu que Cameron pedisse desculpas às vítimas da tragédia e pelos erros cometidos durante a investigação, salientando que esta questão “nunca vai desaparecer, até que haja justiça para os 96”.
A secretária de Estado do Interior, Theresa May, prometeu fazer tudo o que estiver ao seu alcance para “garantir às famílias e ao público a obtenção da verdade”.
“Nenhum documento governamental será escondido, nenhuma tentativa de suprimir a sua publicação será permitida, nenhuma pedra deixará de ser mexida”, frisou May.
A “tragédia de Hillsborough” ocorreu em 15 de abril de 1989, no Estádio de Hillsborough, em Sheffield, durante o jogo entre Liverpool e Nottingham Forest.
Este incidente levou os responsáveis do futebol inglês a mudarem as regras de segurança nos estádios, entre as quais a eliminação das zonas de ''peão'' por cadeiras e o desaparecimento das vedações, como símbolo de respeito pelas vítimas.
