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Bwin denuncia falta de «abertura política» para regulamentar apostas

A Bwin, patrocinadora principal da Taça da Liga de futebol, denuncia a ausência de “abertura política” para a regulamentação da atividade das empresas de apostas “online” em Portugal, que pretendem pagar impostos no país.

Bwin denuncia falta de «abertura política» para regulamentar apostas
Futebol 365

Fonte da Bwin, grupo registado em Gibraltar e com sede atual em Londres, disse à agência Lusa que “têm sido várias as abordagens” da empresa, a operar em Portugal desde 2005, mas que a vontade “de contribuir para a construção de um contexto jurídico tem sido nula”.

“Há uma vontade de credibilizar o setor e até aumentar a confiança nos investidores. Mas o que se verifica é que não há regulamentação, como existe em França e Itália. Em Espanha, nas próximas semanas, serão atribuídas as licenças”, notou a mesma fonte.

A Bwin acentuou que “não tem tido interlocutor em Portugal” e sublinhou a necessidade de definir “regras claras para todos”, contribuindo para “a proteção do consumidor e das empresas” num negócio que, como foi referido no ciclo de conferências da Liga de clubes no ano passado, gera anualmente 700 milhões de euros.

Salientando que a lei portuguesa de jogos de sorte ou azar não enquadra os operadores privados para além dos casinos, a Bwin realçou que a fiscalidade é outra das questões porque se tem pugnado, referindo que, a par de outras empresas em atividade em Portugal, “todas querem pagar impostos”.

Sobre o processo interposto no Tribunal Cível do Porto pela Santa Casa da Misericórdia e pela Associação Portuguesa de Casinos, a fonte da Bwin admitiu que está em risco o seu patrocínio à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e o de outras empresas de apostas no futebol português.

No acórdão de 28 de setembro, o tribunal decidiu-se pela retirada de toda a atividade de marketing da Bwin em Portugal por julgar ser ilegal, mas os réus, a Bwin e a Liga, requereram o efeito suspensivo, quando os autores da queixa judicial pediram a aplicação imediata da sentença.

A Bwin é a principal patrocinadora da Taça da Liga - na época passada, distribuíram-se 3,8 milhões de euros aos clubes - e a fonte da empresa alertou para a possibilidade de se fazer jurisprudência, uma vez que existem mais processos instaurados a outras empresas de apostas.

A Bwin vai entregar no tribunal um requerimento em que se contesta o pedido da Associação Portuguesa de Casinos e da Santa Casa, mas um cenário de confirmação da decisão de 28 de setembro “será muito má”.

“A decisão afetará direta e indiretamente os clubes”, explicou a fonte da Bwin, sem contudo confirmar que o montante que o futebol português perde é superior a 20 milhões de euros.

Por isso, a Bwin admite avançar com uma queixa contra o Estado português caso o tribunal indefira o requerimento da empresa, que tem também investimentos em publicidade estática nos estádios portugueses.

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