O enfraquecimento do Ministério do Desporto devido à demissão de Orlando Silva pode beneficiar a FIFA que tem divergências com o governo brasileiro em relação à realização do Mundial2014 de futebol.
A imprensa brasileira relatou nos últimos meses as divergências entre a entidade máxima do futebol mundial e o governo da presidente Dilma Rousseff.
O governo brasileiro foi convidado para as reuniões em Zurique, na Suíça, que definiram os jogos do Mundial2014.
As principais divergências dizem respeito à Lei Geral do Mundial, que regulamenta a realização do evento desportivo no Brasil.
Em discusão no Congresso, o texto prevê, por exemplo, o direito ao pagamento de meia-entrada por estudantes - benefício garantido pela legislação brasileira e que é criticado pela FIFA.
Outro ponto de discórdia é o valor da multa para as empresas que desrespeitarem a exclusividade dos contratos da FIFA: 50 mil dólares.
A punição é considerada baixa e, segundo a entidade desportiva, não garante proteção suficiente aos patrocinadores.
Segundo analistas, Orlando Silva era considerado um ''empecilho'' para que os desejos da FIFA fossem atendidos.
Na semana passada, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que uma eventual saída de Orlando Silva não mudaria as posições do governo em relação ao Mundial.
''As posições tomadas pelo ministro na questão do Campeonato do Mundo, até hoje, são posições do governo brasileiro, e não posições do ministro Orlando Silva. O ministro agiu em perfeita harmonia, seguindo orientações dadas pela presidente Dilma'', disse.