O selecionador português de futebol, Paulo Bento, manifestou-se hoje preparado para tudo no duplo confronto com a Bósnia, inclusive para decidir o “play-off” de apuramento para o Europeu de 2012 no prolongamento ou no desempate por grandes penalidades.
Paulo Bento observou que as condições do relvado do estádio em Zenica e o ambiente adverso que encontrará na Bósnia poderão levar a equipa portuguesa a “jogar em determinados momentos de uma maneira diferente da que está habituada a fazer”, admitindo que a decisão da qualificação pode ser encontrada “no prolongamento ou até nas grandes penalidades”, em Lisboa.
“Temos a ideia de que o relvado não está em boas condições. Existem também os relatos de quem lá esteve em 2009 [no ‘play-off’ de apuramento para o Mundial2010]. Mas temos de nos adaptar e os jogadores estão preparados para o ambiente que vão encontrar”, assinalou Paulo Bento, em conferência de imprensa realizada na sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Lisboa.
O treinador apelou à “ajuda extraordinária” que pode ser dada pelos futebolistas que participaram na eliminatória de acesso ao Campeonato do Mundo realizado na África do Sul, que Portugal venceu por 1-0, tanto em Lisboa, como em Zenica, sob o comando técnico de Carlos Queiroz.
“Sentimos mais dificuldades no primeiro jogo, no Estádio da Luz, do que na Bósnia. Agora, prevejo um ‘play-off’ muito equilibrado, com 50 por cento de possibilidades para cada equipa”, sustentou Paulo Bento, advertindo que o adversário “também têm individualidades que podem fazer a diferença”.
O selecionador desvalorizou a vantagem de jogar o segundo jogo em Portugal, a 15 de novembro, também no estádio da Luz, em Lisboa, quatro dias após o embate em Zenica, mas reconheceu que “a estratégia pode mudar em função disso”: “Quando o primeiro jogo é fora, um golo marcado pode ter mais valor para o encontro da segunda mão”, observou.
Paulo Bento manifestou-se agradado por ter podido escolher entre um “leque maior de opções”, graças à recuperação de Pepe, Fábio Coentrão e Hugo Almeida, que estiveram ausentes das últimas jornadas do grupo H de apuramento devido a lesão, e também Danny, chamado para os jogos com a Islândia e Noruega e depois dispensado por motivos pessoais.
O técnico da equipa nacional justificou a ausência de Bonsingwa da convocatória com base opções de ordem “técnica, tática, física e mental”, considerando que “Sílvio e João Pereira oferecem mais condições do que Bosingwa para jogar a lateral direito”, enquanto Fábio Coentrão “tem sido primeira opção para lateral esquerdo”.
Paulo Bento destacou a importância da polivalência dos atletas para “um jogo com 180 minutos, ou mais, e não habituais 90”, e exemplificou com a chamada de Ruben Amorim e de sete avançados, alertando para a importância de evitar cartões amarelos que possam impedir a presença na segunda partida, como pode acontecer com Cristiano Ronaldo.
O selecionador aproveitou para desvalorizar a quebra de rendimento demonstrada por vários jogadores do meio campo que foram convocados, em especial de João Moutinho: “Quando está num bom momento, o João Moutinho é extraordinário. Quando está num momento menos positivo é quase extraordinário. Essa é uma preocupação que um treinador não tem”, assegurou.
Os jogadores da seleção portuguesa iniciam o estágio de preparação para o duplo confronto com a Bósnia na próxima segunda-feira, num hotel de Praia D’El Rey, em Óbidos, estando o primeiro treino marcado para o dia seguinte.
A equipa lusa parte na quarta-feira para Zenica, onde defrontará a Bósnia na sexta-feira, regressando a Portugal no sábado, três dias antes de voltar a enfrentar a seleção dos Balcãs, no segundo e último jogo do “play-off”.