Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL) defenderam hoje alterações ao sistema de transferências da FIFA, que potenciem a sua total transparência, advertindo o organismo para alguns dos perigos das regras que pretende implementar.
Durante uma palestra em Bruxelas sobre os agentes de futebolistas, a EPFL defendeu a criação de mecanismos que permitam o conhecimento geral das informações relevantes nas transferências, dando maior credibilidade e transparência ao sistema.
“Os pagamentos devem ser feitos através das associações nacionais/ligas, mediante o estabelecimento de regras claras, tanto a nível nacional como internacional. Isto implica a transformação do atual sistema de transferências da FIFA”, refere a EPFL, em comunicado.
Assim, este organismo entende que todos os intermediários devem estar registados nas federações/ligas do país de domicílio, bem como naquelas em que desenvolvem a atividade.
A EPFL quer ainda que os pagamentos feitos por clubes ou jogadores passem apenas por intermediários oficialmente registados e que estes integrem uma lista pública, “para que se saiba quem representa quem”.
Segundo as Ligas Europeias, as percentagens pagas a intermediários também devem ser revistas e certos aspetos financeiros das transações deveriam ser públicos, “salvaguardando todos os aspetos confidenciais, tais como a sua identidade”.
“Ao longo dos anos, as nossas Ligas procuraram erradicar a atuação dos agentes sem escrúpulos e não regulamentados. No entanto, no âmbito do novo projeto de regulamentação da FIFA, não haverá restrições sobre a identidade desses indivíduos, as suas credenciais ou qualificações, a segurança financeira da sua capacidade de fornecer serviços de agenciamento para os clubes e jogadores”, alertou Emanuel Medeiros.
O diretor-executivo da EPFL teme que “esta ‘abordagem livre’ possa, sem querer, abrir a porta a intermediários não qualificados, não regulamentados e sem escrúpulos, cujas ações podem comprometer ainda mais a integridade do jogo”.