O técnico português que orienta o Beijing GuoAn, Jaime Pacheco, foi considerado ''o treinador do ano na China'' por um jornal chinês e renovou o contrato com aquele clube de futebol de Pequim por mais dois anos.
''Já sei que o meu futuro é na China. Sinto-me feliz aqui'', disse Jaime Pacheco à agência Lusa, no final da sua primeira época na China.
Por outro lado, acrescentou: ''Há um grande entendimento e empatia com a direção do clube. Eles queriam até renovar o contrato por quatro anos''.
A superliga chinesa, disputada por 16 equipas, terminou no dia 02 de novembro.
Sob a direção de Jaime Pacheco, o Beijing GuoAn conseguiu o 2º lugar, três lugares acima da classificação de 2010, e qualificou-se para a Liga dos Campeões Asiáticos.
''Foi uma época, a todos os títulos, maravilhosa. Os jogadores, que estavam sem confiança, tiveram vontade de aprender e reconquistaram o seu espaço no futebol chinês'', afirmou Pacheco.
Quando o Beijing GuoAn o contratou, em dezembro passado, o clube tinha perdido alguns dos melhores jogadores, dois dos quais titulares de seleção da China, e a direção estava mentalizada para terminar este ano no 7º ou 8º lugares, contou o treinador português
Jaime Pacheco elogiou também os adeptos do clube, que considerou ''excecionais'': ''Em cada jogo, temos sempre 40 a 50 mil aficionados a apoiar-nos''.
A admiração é recíproca.
''Pa Qie Ke (Pacheco, em chinês) é fantástico. Vejo os todos os jogos do Beijing GuoAn. Aqui ou pela televisão, quando joga fora'', contou uma das dezenas de fans que acorreram na semana passada ao anexo do Estádio dos Trabalhadores, na zona oriental de Pequim, para ver o último treino da equipa antes das férias de inverno.
Um outro adepto, Yang Bin, de 22 anos, trouxe até uma rosa de pano para oferecer a Pacheco: ''É um grande treinador. No início não davam muito por ele, mas afinal ficámos em segundo lugar'', disse.
O Beijing GuoAn foi também a segunda equipa mais goleadora da super-liga chinesa, a seguir ao novo campeão, o Guangzhou, e a que sofreu menos golos.
''Fizemos vinte jogos seguidos sem perder'', realçou ainda o técnico português.
Ao distinguir Jaime Pacheco como ''treinador do ano'' na China, o semanário Titan salientou que o técnico português tem ''uma forte personalidade'' e ''introduziu uma profunda mudança'' no Beijing GuoAn.
A equipa técnica de Pacheco inclui ainda dois outros portugueses - Luís Diogo e António Natal - e um senegalês, o ex-Boavista Khadim.
Segundo os editores do Titan, o Beijing GuoAn conseguiu ''inovar tecnicamente'' e ''mostrou vontade de jogar''.
Para Jaime Pacheco, ''o problema maior, na China, é a língua'', mas - remata - ''o futebol é universal e as suas regras são iguais em todo o mundo''.