A contratação do treinador português José Mourinho foi a melhor decisão que Peter Kenyon tomou ao longo da longa carreira como diretor-geral das equipas de futebol do Manchester United e do Chelsea, revelou hoje o dirigente inglês.
''Mourinho foi o catalisador para que eu e o (presidente) Roman Abramovich mudássemos o Chelsea. Logo no seu primeiro ano no clube, conquistou o campeonato inglês, que o Chelsea não ganhava há 50 anos'', observou Kenyon, antes da intervenção no I Congresso Internacional do Futebol Profissional (Football Talks), que decorre em Cascais.
Kenyon tinha sido também um dos principais responsáveis pela contratação do futebolista internacional português Cristiano Ronaldo pelo Manchester United, mas nem sequer hesitou quando foi questionado sobre qual a melhor decisão que tomou: ''Terei que dizer José Mourinho''.
''Mas o impacto que Ronaldo teve no Manchester United foi enorme. É o jogador mais profissional que conheço e que transcende o seu país. Acho que é o melhor jogador do mundo e continuará a sê-lo por muitos anos'', assinalou.
Kenyon recordou que a ideia inicial passava por contratar o avançado e mantê-lo no Sporting, por empréstimo, mas após um jogo com a equipa lisboeta, na inauguração do novo Estádio José Alvalade, o treinador Alex Ferguson e as estrelas Roy Keane e Ryan Giggs exigiram a sua mudança imediata para Old Trafford, com o argumento de que era ''o melhor futebolista com quem tinham jogado''.
Para o inglês é ''impressionante'' a quantidade de jogadores que Portugal produz ''para o tamanho do país'' e isso ''deve ser enaltecido''. ''É uma vantagem competitiva de Portugal. Sou um grande admirador do futebol português'', reconheceu.
Os treinadores lusos também parecem ser uma predileção para Kenyon, que lembrou o ''bom início de carreira'' de André Vilas-Boas ao comando do FC Porto, no qual ganhou o campeonato português e a Liga Europa, assinalando que o técnico se ''mudou para um clube com muita ambição'', ao seguir os passos de Mourinho e assinar pelo Chelsea, mas advertiu: ''Só há um Alex Ferguson e só há um José Mourinho...''.