O diretor de competições da UEFA, Giorgio Marchetti, disse hoje que “a democracia serve para defender o coletivo”, em resposta a Karl-Heinz Rummenigge, que, na sua intervenção no congresso Football Talks, denunciou falta de legitimidade do organismo.
Marchetti disse que aceita “que os clubes e as ligas defendam os seus interesses”, mas considerou “excessivo colocar a questão como sendo as federações contra as ligas e os clubes”.
O responsável da UEFA rebateu as declarações de Karl-Heinz Rummennige, presidente executivo do Bayern Munique e da Associação Europeia de Clubes (ECA), que, no painel anterior, denunciou a “falta de democracia” na UEFA e na FIFA.
Rummenigge argumentou que clubes e jogadores devem estar “no processo decisivo”, em questões tão sensíveis como a da definição de calendários, mas Marchetti refutou, afirmando que “em muitas federações nacionais, clubes e ligas já estão representados”.
“Faz parte do jogo democrático haver vários níveis de representação. Todos querem defender os seus interesses, mas a democracia é mais complexa e serve para defender o coletivo”, disse.
Apesar de haver divergências, Giorgio Marchetti disse que ainda acredita “que o futebol possa encontrar uma conjugação de interesses das partes envolvidas”.
No entanto, o diretor de competições da UEFA não deixou de questionar por que razão existe a EPFL (Associação das Ligas Europeias de Futebol) a defender as Ligas e a ECA os clubes, que compõem os campeonatos.
De resto, o diretor executivo da EPFL, Emanuel Medeiros, também advogou que tem de haver maior representatividade das ligas, corroborando com Karl-Heinz Rummenigge.
“Tem de haver democracia porque há falta de legitimidade nas federações internacionais. Ter dois assentos é irrelevante, o que seria bom era ter 50 por cento”, disse.