Fernando Gomes, atual presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), espera os elementos dos futuros Conselhos do organismo possam ser “crescidos” e permitir a coabitação nesses órgãos.
Os novos estatutos da FPF utilizam o método de Hondt para a eleição dos Conselhos de Disciplina, Fiscal, de Arbitragem e de Justiça, o que poderá fazer com que haja elementos das duas listas nesses órgãos.
“As pessoas são crescidas, são inteligentes. Naturalmente, numa primeira fase, admito que seja um pouco mais difícil. Mas, com o andar da carruagem, acredito que o bom senso e aquilo que as pessoas têm como missão vão prevalecer, no sentido de encontrar as plataformas de entendimento e coabitação para levar a bom porto as missões e as tarefas que lhes forem confiadas”, afirmou o candidato em entrevista à agência Lusa.
O atual presidente da LPFP assumiu a preferência por uma lista única num órgão executivo, “que permita uma melhor gestão”, mas considerou que “as pessoas terão de ter a capacidade, a clareza, o conhecimento e o bom senso de encontrar as plataformas e a forma de gerir um conselho eleito através do método de Hondt”.
Fernando Gomes lembrou ainda que, aquando da aprovação dos novos estatutos, garantiu “tudo fazer para alterar o Regime Jurídico”, não só nesta matéria, mas também em outras que “estão vertidas no documento”.
O facto de a Arbitragem e a Disciplina passarem para a tutela da FPF não esvazia, segundo Gomes, as funções da LPFP, salientando que “as secções profissionais [desse Conselho] funcionem de forma autónoma, mas sob o mesmo ‘guarda-chuva’, dando-lhe uma noção de corpo que até agora não tinham”.
Sobre a possibilidade de Portugal perder força nas instâncias internacionais, com a saída de Gilberto Madail, Fernando Gomes lembrou que vai propor o atual líder federativo para presidente honorário, o que vai permitir “continuar a pertencer ao Comité das Seleções até ao final do mandato”, em 2014.
“Quando tivemos essa conversa em Aveiro, [Gilberto Madail] ficou extremamente sensibilizado, agradado e reconhecido pelo facto de as pessoas também reconhecerem o seu enorme contributo nestes 15 anos à frente da Federação e tudo o que trouxe de positivo pelo futebol português”, sublinhou.
No entanto, Fernando Gomes garante que, neste aspeto, é “claramente o candidato mais credenciado”, pois já pertenceu a vários Comités da UEFA e da FIFA, afiançando ter “um capital de relação nas instâncias internacionais, que, provavelmente, darão a Portugal uma facilidade maior de ter representatividade acrescida”.
Relativamente ao seu programa, Gomes salientou cinco vetores fundamentais: de recentrar a vocação da FPF na formação dos jogadores e no desenvolvimento do futebol; organização interna, com uma componente muito forte de articulação com as diversas atuações distritais; descentralização dos serviços; reformulação dos quadros competitivos; credibilização da arbitragem e luta pela verdade desportiva.
Fernando Gomes garantiu que protagonizará “uma liderança forte, sem ser musculada”, e “extremamente competente, que não precisa de berrar para impor o seu estilo”
Sobre o seu sucessor na LPFP, caso seja eleito, Fernando Gomes disse que “são os 32 clubes das competições profissionais que têm de escolher o próximo presidente da Liga”.
“Manterei, com o futuro presidente da Liga Portugal, o mesmo registo e a mesma forma com que eu tenho interagido com as diversas entidades, quer seja com os clubes ou com os outros agentes”, garantiu.
As eleições na FPF, nas quais Fernando Gomes concorre frente a Carlos Marta, presidente da Câmara Municipal de Tondela, estão marcadas para 10 de dezembro.