Carlos Marta pretende criar regulamentos que defendam o jogador português, garantindo que a formação é uma das bandeiras da sua candidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Em entrevista à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Tondela apontou “a valorização do jogador e do futebol nacional”, na qual devem também estar os próprios clubes, como uma das prioridades da sua lista.
“Neste domínio, do ponto de vista regulamentar, temos de avançar para que os nossos principais atletas possam jogar nas principais competições nacionais. Devem ser tomadas medidas regulamentares para que os nossos jogadores possam jogar com regularidade”, afirmou.
Carlos Marta admitiu que vê, “como qualquer outro português, com tristeza” o facto de os clubes, em especial os “três grandes”, atuarem com poucos jogadores lusos.
“Isto significa que mais necessária ainda é a implementação deste plano de desenvolvimento, porque só ele vai permitir o alargamento da base de praticantes e, consequentemente, uma maior deteção de talentos, o que significará também mais qualidade de jogadores para os nossos clubes”, explicou.
Este plano de desenvolvimento pretende que “mais jovens rapazes e raparigas possam jogar futebol”, através de “torneios interassociações, protocolos e relacionamento com as estruturas distritais, com as estruturas de classe, com as escolas, com as autarquias nas várias vertentes” da modalidade.
Marta apontou mesmo algumas medidas, como “a comparticipação nas inscrições até aos sub-13, em todos os escalões, um seguro desportivo que deve ser nacional, para aliviar o custo das inscrições”.
O candidato destacou também intenção de distribuir as receitas dos jogos da seleção AA em Portugal pelas várias associações e não só pelo dono do estádio e pela associação local, numa verba “direcionada exclusivamente à formação”.
“Queremos que este plano tenha recursos financeiros para ser executado, para isso definimos uma verba anualmente fixada, que será proveniente da participação em Europeus e Mundiais e dos ‘sponsors’. Todo o mundo do futebol saberá que aquelas receitas são destinadas ao plano de desenvolvimento do futebol nacional”, atestou.
Carlos Marta pretende apoiar uma mudança no quadro competitivo, assentando essa mudança “em algumas premissas fundamentais: proximidade, competitividade e a sadia rivalidade”.
As eleições na FPF, nas quais Carlos Marta concorre contra Fernando Gomes, atual presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, estão marcadas para 10 de dezembro.