Alexandre Mestre «repudia» incidentes do Benfica-Sporting

O governante, que falava à margem da apresentação das linhas gerais do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), que decorreu na Escola Secundária D. Dinis, em Lisboa, frisou que em Portugal os agentes - juízes, assistentes de recintos desportivos - têm de saber quais as suas competências para poder intervir.

“Temos uma legislação de violência associada ao desporto que é consensual do ponto de vista da sua qualidade. Naturalmente que há sempre aspetos a ajustar na implementação prática por parte dos diversos agentes dessa mesma lei. Compete ao governo ações preventivas, e o Plano Nacional de Ética incide em questões preventivas, e ações repressivas. Mas, para o efeito, só podemos atuar munidos com todos os dados”, sustentou.

Os incidentes no jogo Benfica-Sporting, cujo caso mais grave foi um incêndio que queimou perto de meia centena de cadeiras, cabem, segundo Alexandre Mestre, no “guarda-chuva” da Ética no Desporto, motivo pelo qual o governo reprova “condutas que atentem contra a segurança nos estádios”.

“Não nos queremos pronunciar de forma definitiva sem antes termos todos os dados disponíveis. É nisso que estamos a trabalhar com o ministro da Administração Interna. Repudio o que se passou, mas fundamentalmente, antes de apurarmos a razão dos factos, não nos compete qualificar, mas sim trabalhar”, concluiu.

Nas linhas gerais do PNED, hoje apresentadas, Alexandre Mestre frisou que o objetivo é “ir ao encontro da excelência, do respeito e da amizade”, querendo, fundamentalmente, que “haja ética no jogo e não a ética do lucro, do doping e da corrupção”.

No ato de apresentação foi condecorado com o Colar de Honra de Mérito Desportivo Roberto Carneiro, antigo ministro do Desporto, que procurou dar o primeiro impulso para a criação de um plano de ética nesta área há cerca de 20 anos.