O supremo tribunal do cantão suíço de Zug permitiu a publicação do documento que denuncia responsáveis do futebol que terão recebido milhões de dólares da falida empresa ISL em negociações de transmissões televisivas.
pesar de esta decisão permitir recurso num prazo de 30 dias, a FIFA já comunicou que não irá recorrer, lembrando que esta decisão vai ao encontro do pedido do presidente Joseph Blatter em abrir o dossier ISL, o que só não sucedeu na última reunião do Comité Executivo devido a um recurso de uma parte interessada (não identificada) agora rejeitado pelo tribunal.
Este documento revela os nomes dos dirigentes que terão recebido subornos da ISL, agência de marketing que de durante a década de 90 detinha a maioria dos direitos de transmissão das competições da FIFA, nomeadamente dos campeonatos do Mundo.
O antigo presidente da FIFA João Havelange, que entretanto se demitiu do Comité Olímpico Internacional (COI), e o genro Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do comité organizador do Mundial2014, são duas das pessoas alegamente implicadas.
Havelange, de 95 anos, o mais antigo membro do COI, enfrentava uma sanção de até dois anos de suspensão do COI por ter alegadamente recebido um milhão de dólares (750 mil euros) da ISL.
Segundo a estação britânica BBC, os envolvidos teriam feito um acordo extrajudicial com os tribunais para que os documentos não fossem revelados, a troco de uma multa de nove milhões de reais (cerca de 3,7 milhões de euros) e da devolução dos montantes oferecidos pela ISL, estimados em vários milhões de dólares.
O presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), o senegalês Lamine Diack, e o presidente da Confederação Africana de Futebol, o camaronês Issa Hayatou, foram advertidos pelo COI, do qual também são membros, por alegadamente terem recebido pagamentos da ISL, que faliu em 2001, com dívidas de 300 milhões de dólares (225 milhões de euros).