A Associação Nacional de Agentes de Futebol (ANAF) revelou hoje, no Porto, uma proposta para a criação de uma Casa das Transferências para “clarificar, credibilizar e envolver num compromisso todos os intervenientes no processo”.
“É importante que a economia do futebol continue a funcionar e não estagne em processos e compromissos que não são cumpridos”, referiu na sessão de apresentação o presidente da ANAF, Artur Fernandes.
A Casa das Transferências, que bebe o seu conceito nas já existentes Clearing House, ainda de acordo com Artur Fernandes, permite “monitorizar todos os fluxos financeiros e comprometer todas as partes envolvidas no processo”.
“Estamos convencidos, um pouco à imagem do que se fez nas ligas mais competitivas da Europa (Itália, Inglaterra e França), que Portugal também terá a sua Casa das Transferências, mais rigorosa e profunda”, disse o empresário.
Esta pretensão, ainda de acordo com Artur Fernandes, “vai de encontro ao que deve ser o compromisso de todas as partes e também, a partir daí, credibilizar junto da opinião pública, porque essa é também a nossa missão e a nossa tarefa”.
“As Clearing House têm funcionado na sua plenitude e as pessoas têm-se sentido mais compensadas com toda essa credibilidade, porque assim conseguem monitorizar de onde vem o dinheiro, para onde vai, quando e como é feito e tipo de pagamento”, acrescenta.
Artur Fernandes não está à espera de nenhum tipo de resistência por parte dos clubes e SAD na passagem à prática do projeto, até porque, sustenta, “tal já foi feito nas principais ligas europeias”.
De acordo com o dirigente, a Casa das Transferências é uma boa forma de passar uma boa imagem à opinião pública, prestar um bom serviço ao país e, ao mesmo tempo, manter viva a economia dos próprios clubes”.
“Existe uma parte relacionada com a transparência dos processos de transferências e uma outra de compromisso e certamente que interessa aos clubes que a economia do futebol continue a funcionar”, defende Artur Fernandes.
A implementação da Casa das Transferências visa “aumentar a transparência e credibilidade da atividade, identificar, de forma permanente, atualizada e fidedigna, a origem e destino dos fluxos financeiros das transferências dos jogadores e prevenir a execução de crimes fiscais”.
“Eliminar a intervenção de terceiros que não estejam licenciados para intermediar transferências”, “prevenir litígios entre clubes e as partes envolvidas” e “contribuir para o equilíbrio financeiro da atividade” são outros dos objetivos.
O financiamento da Casa das Transferências será suportado por uma taxa a aplicar nas operações e a passagem do projeto ao papel está dependente da sua aprovação em assembleia geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) ou da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).