Paulo de Carvalho, antigo presidente do Rio Ave, insurgiu-se hoje pelo facto dos clubes da Liga de Honra se terem escusado a ouvir o seu projeto para liderar a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
“Não me ouviram. Não me deram essa oportunidade. Numa situação que provavelmente vão explicar... Não é justificável. Parece-me estranho. É também uma desconsideração por um ex-dirigente desta Liga. Com uma década de experiencia. Foi desrespeito, desconsideração, estranho”, lamentou, à saída da sede do organismo, no Porto.
O candidato que não o chegou a ser estranha o facto do prazo de entrega das candidaturas terminar apenas sábado às 22:00 e os clubes, reunidos para decidir o sentido do seu apoio em bloco, não estarem recetivos a ouvir as suas ideias “quando depois ainda têm cinco dias para discutir quem vão votar”.
“Não faz grande sentido os clubes decidirem em quem vão votar quando não têm conhecimento da totalidade das candidaturas. As pessoas não querem perceber, nem tomar conhecimento. Parece-me estranho”, reforçou.
O antigo dirigente considerou a situação “perfeitamente anormal” e lembrou o passado de uma década de dirigente na LPFP: “As pessoas movem-se no sentido de limitar candidaturas. É o voto contra. Os votos do candidato A são os que o candidato B não pode ter, pois as pessoas não vão votar nele”.
“Há carência de massa critica. Os clubes portugueses não deveriam votar nas pessoas, mas nos projetos”, vincou.
Paulo de Carvalho, que diz ter deixado de acreditar nas pessoas, manifestou “muito receio pelo futuro da própria organização” e teme a “destruição do excelente trabalho feito nos últimos anos”.
Mário Figueiredo e António Laranjo são os candidatos já assumidos à sucessão de Fernando Gomes, atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), num ato eleitoral marcado para 12 de janeiro.