O futebolista brasileiro Mário Jardel recusou hoje a proposta do Beneditense, da III Divisão, por pretender iniciar a carreira de treinador ou diretor desportivo, disse à agência Lusa o presidente do clube do concelho de Alcobaça.
“A proposta fica sem efeito, não pelos valores oferecidos pelo Beneditense, mas por o Mário Jardel não estar interessado em jogar num clube da terceira divisão e sim querer iniciar a carreira de treinador, como principal ou adjunto, ou diretor desportivo”, explicou Luís Lopes, em declarações à Lusa.
De acordo com o dirigente, estes foram os argumentos evocados esta noite pelo empresário do antigo goleador à contraproposta feita durante a tarde pelo Beneditense, que propôs valores “próximos aos do valor total do plantel”, cujo orçamento para toda a temporada é inferior a 20 mil euros.
“Era um investimento alto, mas estou seguro que tinha retorno”, frisou Luís Lopes, assumindo que “não esperava que este assunto tomasse tamanhas proporções”.
O presidente do Beneditense disse ainda que o treinador do clube, Mauro Pulquério, “nunca se opôs à possível contratação” de Jardel, “entendeu que seria uma forma de promover o clube” e reconhece a “dificuldade em fazer golos”.
“Nós precisamos de um goleador e nem eu nem o Beneditense vamos parar. Queremos um craque, um jogador de nome para tirar retorno do investimento”, garantiu Luís Lopes.
Na terça-feira, Mário Jardel, de 38 anos, reuniu, num hotel perto do Porto, com o dirigente do clube, atual sexto classificado da Série D da III Divisão, e remeteu para hoje a sua resposta sobre a possível incorporação no Beneditense, até ao final da época.
Mário Jardel chegou a Portugal na época de 1996/97 para representar durante quatro temporadas o FC Porto, nas quais foi sempre o melhor marcador do campeonato (130 golos em 125 jogos), consagrando-se tricampeão português (de 1997/98 a 1999/2000).
Entretanto, mudou-se para a Turquia, onde representou o Galatasaray, clube pelo qual marcou 24 golos em 22 jogos, sagrando-se vice-campeão turco.
Em 2001/02 regressou, então, a Portugal para jogar no Sporting, clube que Jardel ajudou a regressar aos títulos, marcando 42 golos em 30 jogos.
Na temporada de 2003/04 saiu do Sporting em litígio, transferindo-se para o Bolton, de Inglaterra, mas nunca mais voltou a mostrar a sua veia goleadora. Passou ainda pelo Ancona (Itália), Old Boys (Argentina), Alavés (Espanha), Palmeiras e Goiás (ambos do Brasil), mas sempre sem grande sucesso.
Em 2006/07, o Beira-Mar, que tinha acabado de subir à Liga, voltou a apostar em Jardel, que, com a camisola dos aveirenses, assinou três golos em 12 jogos.
O “capítulo” português de “Super Mário” foi encerrado com a fabulosa média de um golo por jogo (186 golos, em 186 jogos), seguindo-se a experiência no Anorthosis (Chipre), Newcastle Jets (Austrália) e o regresso ao Brasil, onde jogou por Criciúma, Ferroviário, América de Fortaleza, Flamengo de Teresina e o Rio Negro.
Entretanto, ainda contou uma passagem pela Bulgária, para defender o Cherno More.