O julgamento de José Veiga e de João Vieira Pinto, acusados dos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, inicia-se na segunda-feira, na 6.ª Vara do Tribunal Criminal, no Campus da Justiça de Lisboa.
A primeira audiência do julgamento do antigo agente FIFA e do ex-futebolista, em que também foram indiciados Luís Duque e Rui Meireles, presidente e administrador da SAD do Sportimg na altura dos factos, está programada para as 09:15.
Em causa está um alegado esquema de fraude fiscal na transferência do futebolista João Vieira Pinto do Benfica para o Sporting, em julho de 2000.
A Polícia Judiciária (PJ) teve acesso a documentos emitidos pela sociedade Goodstone, referentes a um pagamento de prémio de assinatura de contrato, no valor de 3,4 milhões de euros.
Ficou provado que a Goodstone detinha os direitos desportivos de João Pinto e que José Veiga tinha poderes de representação da sociedade, sediada num paraíso fiscal.
A investigação do DIAP e da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ foi iniciada em 2005 e José Veiga foi detido a 20 de novembro de 2006, na sua residência em Cascais, para ser ouvido no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa.
O ex-diretor geral do Benfica, de 2004 a 2006, terá participado na transferência de João Pinto dos “encarnados” para o Sporting, consumada na madrugada de 01 para 02 de julho de 2000.
Em meados de janeiro de 2011, o Ministério Público proferiu acusação a José Veiga, João Pinto, Luís Duque e Rui Meireles pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A acusação refere que o prémio de assinatura de transferência do jogador, no valor de cerca de 3,4 milhões de euros, foi omitido no contrato, lesando o Estado no valor correspondente ao imposto por cobrar.
O Ministério Público deduziu pedido de indemnização cível no valor total de 678.490,23 euros.