O presidente do novo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lançou hoje como grande desafio para a fase inicial do seu mandato o “quebrar a inércia” no setor e conseguir motivar as pessoas.
“Sabemos que nem tudo é fácil, que vão haver dificuldades. Há alguns poderes que estão instalados, algumas questões do passado que vamos querer diluir”, disse Vítor Pereira, no final da cerimónia de imposição das insígnias da FIFA aos 28 árbitros que este ano integram os quadros do organismo que tutela o futebol mundial.
A cerimónia, realizada no grande auditório do Centro Nacional de Exposições em Santarém, serviu igualmente para a apresentação do novo Conselho de Arbitragem e do Gabinete de Apoio Técnico da FPF aos árbitros de 1.ª, 2.ª e 3.ª categorias.
Para Vítor Pereira, esta cerimónia, que contou com a presença de meio milhar de pessoas, constituiu uma “celebração do orgulho de ser árbitro”, servindo para “pôr a família do futebol a par do que se faz na arbitragem” e do que a estrutura nacional da arbitragem tenciona fazer no futuro.
Vítor Pereira assegurou que o órgão que dirige vai estar “muito centrado no futuro, no progresso das pessoas”, frisando que vai suscitar nos jovens árbitros que atuam nas 2.ª e 3.ª categorias “a vontade de quererem chegar mais alto, de quererem evoluir” e que para isso “vão ter que trabalhar”.
No discurso que fez perante os árbitros e dirigentes de todo o país, Vítor Pereira sublinhou que se vai bater pelas alterações legislativas que permitam atrair mais jovens para a carreira da arbitragem e integrem os árbitros de “elite no estatuto de atletas de alto rendimento”.
Vítor Pereira frisou o facto de as alterações introduzidas à estrutura a que preside terem alargado o seu leque de intervenção da “elite” para o universo de toda a arbitragem nacional, abrindo a possibilidade de “dar apoio sustentado a todos os conselhos de arbitragem distritais, que em muitos casos viviam sozinhos, com dificuldades, isolados”.
Um dos seus objetivos, disse, é “quebrar esse isolamento, através de uma política de proximidade, de incentivo, de apoio”.
Vítor Pereira garantiu que o seu programa, que reconheceu ser “ambicioso”, é “mais do que uma declaração de intenções”, frisando que a arbitragem precisa de “mais e melhor gestão, mais transparência”.
O presidente do CA da FPF defendeu que a arbitragem se deve inserir no esforço de “moralização da sociedade”, devendo os dirigentes “velar pela credibilidade do setor”.
Apelando à união, Vítor Pereira afirmou que quer afastar do seio da arbitragem “os profetas da desgraça” e “os parasitas de um sistema viciado”, sendo sua vontade “convocar todos os espíritos jovens, independentemente da sua idade”.
O presidente da FPF, Fernando Gomes, disse acreditar que a nova estrutura da arbitragem irá “aproveitar um conjunto de competências que estavam criadas ao nível do futebol profissional e pô-las agora à disposição do futebol não profissional”.