Mundial 2022: Platini defende organização no inverno do Qatar

Platini, apontado como o futuro sucessor de Blatter à frente da FIFA, manteve, em entrevista ao Daily Telegraph, a vontade de um reagendamento do campeonato do Mundo, fugindo das habituais datas entre junho e julho.

Qualquer mudança no Mundial deverá encontrar uma forte resistência das maiores ligas europeias, que calculam que uma mudança do género trará problemas de calendário num período de três anos.

Platini, por seu turno, está convencido de que a mudança para meio do inverno poderá acontecer com o mínimo de interrupções.

“O Campeonato do Mundo é o momento mais importante do futebol a cada quatro anos e quem disse que temos que jogar sempre em junho? Não vejo problema em que isso aconteça em dezembro”, referiu o presidente da UEFA ao The Telegraph.

Michel Platini foi ainda mais conclusivo: “Qual é o problema da Primeira Liga inglesa terminar no final de maio, ao invés de no início, e recuperar o tempo em dezembro? Temos que colocar acima de tudo o Mundial e os adeptos”.

Na entrevista, o dirigente defendeu ainda que o seu apoio ao Qatar não entra em contradição com a posição de mudar a data e negou que tenha sido influenciado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, no apoio aquele país do Golfo.

“São duas coisas diferentes. Votei por uma região que nunca recebeu um Mundial, essa foi a minha filosofia e não porque Sarkozy tenha almoçado comigo”, referiu, acrescentando que tem “personalidade suficiente” para decidir o que é bom para o futebol.

Platini deu exemplos ainda do Mundial na África do Sul, explicando que não havia vida para os adeptos quando às cinco da tarde estavam zero graus de temperatura.

“Como é que posso pedir aos adeptos e aos jogadores que vão a este país [Qatar] quando estão 50 ou 60 graus em julho? Penso que o melhor para os jogadores é o inverno”, concluiu.