O presidente do Olhanense, Isidoro Sousa, emblema da Liga portuguesa de futebol, acredita que “com diálogo e bom senso” a situação das dívidas dos clubes, no âmbito do acordo do Totonegócio podem ser ultrapassadas.
O dirigente falou hoje antes de uma reunião dos presidentes dos clubes profissionais de futebol, que decorre na Liga de clubes, no Porto, considerando que “é preciso encontrar uma solução conjunta”.
“Temos de arranjar uma solução que envolva os clubes, a Liga e a Federação e que seja viável para os clubes continuarem a disputar os campeonatos”, disse Isidoro Rodrigues.
O presidente do Olhanense frisou que a situação do seu clube “não é grave”, mas mostrou solidariedades para com os outros emblemas.
“O caso do Olhanense não é grave porque temos uma dívida de 52 mil euros, que não é grave. Mas estamos solidários com todos os clubes, pois sabemos que há quem deva quantias superiores”, afirmou o dirigente.
O líder do clube algarvio pediu mais atenção do Governo, para o futebol: “Vamos tentar ultrapassar esta situação e esperar que o Governo olhe para o futebol com atenção redobrada, o que não tem acontecido”.
Em janeiro de 1997, a FPF e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), enquanto gestoras de negócios dos clubes de futebol, solicitaram a adesão ao chamado Plano Mateus, que o Governo tinha criado para recuperar dívidas fiscais, quer de empresas, quer de cidadãos.
Para pagarem as dívidas fiscais anteriores a 1996, os clubes abdicaram dos 50 por cento das receitas do Totobola a que tinha direito, que reverteram para o Estado sob a forma de dação em pagamento.
Esta primeira fase decorreu entre 1998 e finais de 2005, enquanto na segunda fase, que terminou em 2010, a dação em pagamento foi de 0,48 por cento da totalidade dos jogos sociais.