O primeiro-ministro egípcio, Kamal al-Ganzouri, anunciou hoje ter aceitado a demissão do governador de Port Said (norte), após os atos de violência que ocorreram na quarta-feira naquela cidade egípcia após um jogo de futebol.
Durante uma sessão extraordinária do Parlamento egípcio, al-Ganzouri indicou que o governador tinha apresentado demissão e que o pedido “tinha sido aceite”.
Na mesma sessão, o chefe do Governo egípcio anunciou “o afastamento do presidente e dos membros da direção da federação” egípcia de futebol, indicando que todos os elementos vão ser ouvidos sobre os acontecimentos de quarta-feira.
Kamal al-Ganzouri confirmou também que o diretor dos serviços de segurança de Port Said, Essam Samak, foi demitido de funções e que outros responsáveis do departamento vão ser suspensos.
Os violentos confrontos entre adeptos do clube Al Masry, da cidade mediterrânica de Port Said, e da equipa Al Ahly, da cidade do Cairo, começaram imediatamente depois do árbitro ter apitado o final do jogo.
O jogo terminou com uma vitória local (3-1) quando os ultras do clube Al Masry invadiram o campo para agredir os jogadores do Al Ahly, treinado pelo português Manuel José.
Pelo menos 74 pessoas morreram e várias centenas ficaram feridas nos confrontos.
A televisão estatal egípcia divulgou o destacamento de elementos do exército para patrulhar Port Said, cidade localizada na entrada norte do canal do Suez, para “evitar novos confrontos”.
Por sua vez, a polícia anunciou que deteve 47 pessoas.
Manifestantes cortaram hoje o tráfego automóvel na praça Tahrir no Cairo e os acessos à sede da radiotelevisão egípcia para protestar contra a tragédia em Port Said.
Uma fonte dos serviços de segurança afirmou que os manifestantes estavam a impedir o acesso dos veículos à praça, onde estão centenas de pessoas acampadas desde 25 de janeiro para pedir a renúncia da Junta Militar, que governa o país.