Gustavo Sousa, candidato único à presidência da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), pretende que o organismo tenha uma voz mais ativa no desenvolvimento da modalidade, defendendo também a aproximação à federação, liga e associações distritais.
“A APAF deve participar ativamente para o desenvolvimento da modalidade”, sustentou à Agência Lusa Gustavo Sousa, que ocupa a presidência interina do organismo desde dezembro de 2011, depois da saída do presidente Luís Guilherme para integrar o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O antigo árbitro internacional de futsal reconheceu que, “por vezes, as associações de classe tendem a virar costas a federações e associações”, mas quer inverter esse processo durante o triénio 2012/2014, cuja eleição para os corpos gerentes vai decorrer na assembleia-geral de sexta-feira.
“O nosso objetivo é cooperar com Federação, Liga e associações. O melhor que a APAF tem a fazer é trabalhar em prol dos árbitros, dando ideias”, sustentou Gustavo Sousa, lembrando que a modalidade “não é só dos jogadores e dos treinadores” e que “a arbitragem também pode ser uma classe que pode inovar, dar ideias e pode fazer coisas em prol do futebol”.
O presidente interino da APAF deseja promover a “proximidade aos árbitros e núcleos de arbitragem” e advertiu que a profissionalização ou semiprofissionalização do setor não vai acabar com os erros dos árbitros, apesar de poder contribuir para a sua diminuição.
“Existirão sempre erros. O árbitro poderá melhorar: se o jogador com o treino melhora a sua execução, o árbitro também, se treinar mais, vai melhorar certamente a sua execução. Não quer dizer que não vá errar, mas estou convencido de que vai errar menos”, assinalou.
Gustavo Sousa manifestou-se favorável à introdução de novas tecnologias com vista a facilitar a tarefa dos juízes, “desde que não comprometam o espetáculo”, mas observou que “o futebol também tem que evoluir para regras mais simples”.
“Vemos os erros dos árbitros como os erros mortais do futebol e não são. Quando se critica uma arbitragem estamos a prejudicar o futebol”, lamentou o dirigente, considerando que foi dado um passo positivo no sentido da credibilização do setor com a criação de um Conselho de Arbitragem único, sob a alçada da FPF.
O líder da APAF salientou que o órgão federativo “é composto 13 pessoas com uma ligação muito grande ao futebol e à arbitragem em particular”, defendendo que “é um plantel capaz de dirigir os destinos da arbitragem com muita categoria e muita sabedoria. Todas elas do mundo da arbitragem”.
Gustavo Sousa foi árbitro internacional de futsal entre 1996 e 2007, tendo que abandonar a carreira em 2009. Desempenhou as funções de vice-presidente da APAF durante a liderança de Luís Guilherme, que substituiu interinamente desde dezembro de 2011.