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Crise pode tombar «grande» e criar efeito dominó, Joaquim Evangelista

Joaquim Evangelista afirmou hoje que a crise se instalou no futebol, com o aumento do desemprego, salários em atraso e emigração entre os futebolistas, temendo que um dos ditos “grandes” seja atingido, provocando um efeito dominó.

Crise pode tombar «grande» e criar efeito dominó, Joaquim Evangelista
Futebol 365

O presidente do sindicato dos jogadores (SJPF) exclui, para já, a hipótese de uma greve, não a colocando totalmente de parte, admite um abaixo do teto salarial dos jogadores, mas mostra-se frontalmente contra um eventual alargamento das ligas profissionais.

Evangelista garante que a situação financeira dos clubes se agravou este ano com a crise, com vários emblemas a chegarem ao “vermelho”, mas a bomba relógio pode mesmo ser espoletada pela falência financeira de um dos chamados “grandes”.

“A situação é mais grave e o risco que se coloca é que isto atinja um dito ‘grande’ e possa ter um efeito dominó. Esse é que é o grande problema do futebol português. E isso pode suceder”, explicou.

O presidente do SJPF recusou revelar qual o “grande” que poderá “cair” e disse que não estava a referir-se a qualquer clube em particular, nomeadamente ao Sporting, sublinhando que nenhum clube está a salvo.

“É público que as contas dos clubes estão no vermelho. Acho que nenhum clube pode dizer com segurança que está melhor que o outro. As vicissitudes do futebol também não nos permitem saber como a situação pode evoluir. O que estou a dizer é que temos de ter consciência da realidade”, avisou.

O dirigente sindical mostrou-se aberto a discutir um abaixamento do teto salarial dos jogadores, desde que os dirigentes garantam efetivamente o cumprimento dos ordenados dos futebolistas.

“É preferível baixar salários, mas que os paguem a tempo e horas. O Sindicato já o disse a vários dirigentes e já chega de dizer que a culpa é dos jogadores. A última palavra é do dirigente. Só subscreve um contrato de 50 mil euros o dirigente que o quiser fazer. Não é o jogador que o obriga”, avisou, acrescentando: “O clube que não pode pagar 50 paga 40. Tem é de honrar as suas obrigações”, disse.

Esta poderia ser uma forma de evitar o problema dos salários em atraso, que esta temporada volta a estar em cima da mesa, embora Evangelista não queira para já avançar dados sobre o número de clubes afetados e as ligas a que estes pertencem.

Contudo, com o avolumar das situações “é natural que possa haver reações” e o “sindicato estará sempre na primeira linha” de defesa dos futebolistas, embora, para já, “não seja nada vantajosa” uma paragem dos campeonatos.

Sobre o alargamento das ligas profissionais, prometida pelo atual presidente, Mário Figueiredo, em campanha eleitoral, Evangelista é mais claro: “Não vislumbro nenhuma vantagem nisso”.

O presidente do sindicato considera que, “se a situação atual é esta”, alargar os quadros competitivos apenas criaria mais expetativas para todos, apontando mesmo que “os estudos feitos no futebol português sobre esta matéria vão todos em sentido oposto”.

Joaquim Evangelista considera “normal” que Mário Figueiredo tenha feito “promessas” durante a campanha eleitoral, que “poderá não ter condições para cumprir no imediato”, mas não compreende como existem “dirigentes que acreditam nestas promessas sem mais…”

“Então não são os mesmos que estão no futebol português há mais de 20 anos?”, interroga.

Contundente foi também a sua posição sobre o “aumento substancial” do desemprego e emigração, deixando um aviso aos país para acautelarem o futuro dos jovens que escolhem abraçar a profissão.

“[O desemprego] aumentou substancialmente. Há jogadores a emigrar, há jogadores a praticar futebol de forma amadora e temos muitos jogadores que tiveram de mudar de profissão”, sublinhou.

“Quando chegam aos 19, 20 anos e não têm uma alternativa no futebol, aqueles que não se qualificarem têm mais dificuldades e ficam no desemprego ou com trabalhos menores”, comentou.

Evangelista garante que “todos” sentem a atual situação de crise no futebol porque essa é a realidade do país “e os jogadores de futebol não deixam de ser cidadãos e estão a viver o drama do desemprego, de salários em atraso e de terem de emigrar”.

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