A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou hoje um pedido à FIFA para permitir que as jogadoras islâmicas utilizem o “hijab” (lenço sobre a cabeça) durante as partidas oficiais de futebol.
O conselheiro especial do secretário-geral da ONU para o desporto, Wilfried Lemke, solicitou uma reunião junto do presidente da FIFA, Sepp Blatter, com o objetivo de debater a importância da medida para o desenvolvimento do futebol feminino islâmico.
“A FIFA tem a responsabilidade de assegurar que todos tenham a mesma oportunidade de participar no futebol”, afirmou Lemke.
Também em janeiro o presidente da confederação de futebol asiático (CFA), Zhang Jilong, alertou para os “motivos religiosos” que tornam necessário a utilização desta peça de vestuário pelas futebolistas, pelo que o tema em si “é muito importante para o futebol feminino a nível mundial”.
“Os novos desenhos de lenços, unidos com velcro no pescoço, garantem a segurança das jogadoras, porque foi retirada uma parte”, acrescentou Jilong.
Em 2007 a FIFA decidiu proibir a utilização do “hijab” por razões de segurança, passando a permitir apenas o uso de um lenço mais curto, prontamente rejeitado pelas futebolistas por permitir a exposição do pescoço.
O comité executivo da FIFA irá reunir-se este mês com o International Board, órgão responsável pelas leis do futebol, para apresentar uma solicitação do seu membro e vice-presidente confederação asiática, príncipe Ali Bin Hussein da Jordânia.
Ali Bin Hussein pede que seja permitida a utilização de um lenço com abertura de velcro por parte das jogadoras e membros da arbitragem, pois trata-se de um “problema que atinge milhões de mulheres em todo o mundo e é crucial para dar segurança respeitar a cultura e permitir o futebol para todas as mulheres, sem discriminação”.