O vice-presidente da FIFA Ali Bin Al-Hussein vai pedir sábado para anular a proibição das jogadoras islâmicas de usarem hijabs (lenços sobre a cabeça) durante os jogos de futebol, insistindo que não são símbolos religiosos.
Passados cinco anos dos lenços serem considerados inseguros nos jogos, o príncipe da Jordânia quer que o International Board faça alterações para que as jogadoras possam manter a sua identidade cultural.
Antes da reunião, em Inglaterra, com o International Board, organismo legislador das regras do futebol, o “vice” da FIFA recebeu o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que também pediu para dar a todos o mesmo direito a jogar futebol.
“O futebol feminino já percorreu um longo caminho, como já experienciámos no último Campeonato do Mundo Feminino. Atualmente dizem às mulheres que não podem usar o hijab com uma justificação que não faz sentido. Não é justo e é um preconceito”, disse hoje o príncipe jordano.
O Irão perdeu uma qualificação olímpica feminina, em junho do ano passado, por se ter recusado a jogar sem os véus contra a Jordânia.
No Internacional Board, a criação de uma nova regra precisa de seis votos, entre oito elementos, para ser aprovada.
Cada associação britânica (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales) tem direito a um voto, mais quatro dos representantes da da FIFA.
A ONU já tinha feito um pedido na quarta-feira para permitir que as jogadoras usem o hijab durante os jogos, tendo o conselheiro especial do secretário-geral das Nações Unidas para o desporto, Wilfried Lemke, solicitado uma reunião com a FIFA para debater o assunto.